Doping de Nuno Ribeiro confirmado
A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) anunciou hoje, em comunicado, que a contra-análise feita a Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal em bicicleta em 2003 e 2009, confirmou o resultado positivo da primeira amostra.
"A UVP/FPC informa que recebeu da UCI (União Ciclista Internacional) a declaração de que a contra-análise realizada ao ciclista Nuno Ribeiro confirmou o resultado da amostra A", pode ler-se no comunicado, sem qualquer detalhe adicional.
A UCI anunciou a 18 de setembro a "suspensão preventiva" de Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal em 2003 e 2009, e dos espanhóis Hector Guerra e Isidro Nozal, da entretanto extinta Liberty Seguros, por um controlo antidoping positivo realizado dois dias antes do início da Volta.
"A decisão de suspender os três corredores foi tomada em resposta aos relatórios dos laboratórios acreditados a AMA (Agência Mundial Antidopagem), em Lausana e Paris, que apontava eritropoietina recombinante (EPO CERA) em análises sanguíneas recolhidas aos três corredores durante um controlo fora de competição, a 3 de Aaosto", pode ler-se no comunicado da UCI.
Com a confirmação dos positivos, os ciclistas incorrem em penas de suspensão de 2 anos, ao abrigo do artigo 293 do Regulamento Antidopagem da UCI, que estabelece o período de inibição para corredores que cometam uma primeira infração.
O espanhol Hector Guerra, de 28 anos, vencedor do contrarrelógio final da Volta, tinha ganho este ano o Grande Prémio de Torres Vedras/Troféu Joaquim Agostinho e a Volta à Comunidade de Madrid, ambas disputadas em julho.
A desclassificação de Nuno Ribeiro, de 32 anos, natural de Sobrado, concelho de Valongo, deverá atribuir o título ao espanhol David Blanco (Palmeiras Resort-Prio), que passará a ser o primeiro estrangeiro com três triunfos na principal corrida lusa (2006, 2008 e 2009).
Nuno Ribeiro será o quinto vencedor de uma Volta a Portugal a perder o triunfo devido a um teste antidoping positivo, 30 anos depois da última desclassificação. O último foi Marco Chagas, que acusou positivo na última etapa da prova de 1979, acabando o triunfo final por ser atribuído a Joaquim Sousa Santos. Chagas teria outr controlo positivo em 1987.
Joaquim Agostinho poderia ter ganho cinco Voltas consecutivas, mas perdeu dois títulos, em 1969 e 1973, o primeiro a favor de Joaquim Andrade. Quatro anos depois, Agostinho, considerado o maior ciclista português de sempre, voltaria a ser desclassificado, por utilizar um estimulante, dando o triunfo ao espanhol Jesus Manzaneque.
Em 1978, Fernando Mendes também perdeu a vitória na Volta a Portugal, embora não tenha tido um controlo positivo na 40.ª edição da prova. O corredor recusou ir a um controlo sanitário, o que, disciplinarmente, correspondia a um teste positivo, com a vitória a ser entregue a Belmiro Silva.
Fonte: Record