Entrevista #6 - com Ah! Photo
André Henriques - ah! photo
V.N. Gaia
www.ahphoto.pt.vu
www.myspace.com/ahphoto
V.N. Gaia
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Whisper - Como surgiu o interesse pela fotografia?
André - Pelo meu pai, que tem gosto pela fotografia e uma colecção de máquinas antigas que com os seus foles e botões faziam as minhas delícias de miúdo, mas o processo de realmente fotografar apareceu mais tarde, com os concertos e a vontade de levar algo daqueles momentos comigo.
W - Como foi o início da experiência como fotografo e o processo de aprendizagem?
A - Por volta dos 14 anos fiz um pequeno curso de fotografia na escola que frequentava, onde aprendi regras de composição, aberturas, velocidades e a revelar preto e branco, mas a verdadeira aprendizagem foi sendo feita com tentativa e erro, primeiro com analógicas ( Yashica TL Electro, Canon AE1 e Nikon F70) depois alternando com as digitais (Fuji 2800Z, Nikon E5700, Sony 828, Nikon D70s), até actualmente fotografar só em digital (Nikon D200).
W - Quais foram os principais obstáculo e metas atingidas?
A - Fotografar concertos tem várias dificuldades inerentes e as condições luminosas obrigam a ter vidro luminoso. Durante muitos anos fotografei unicamente com uma 50mm 1.8 pois era o mais acessível que podia comprar. A falta de creditações ainda aumentam mais estas dificuldades, seja para conseguir entrar com a máquina no recinto, seja para a proteger de acidentes, por isso a grande meta para mim foi quando a Elegy Ibérica me convidou a fazer parte da sua redacção. Essa colaboração, que chegou ao fim de 7 anos a fotografar sem qualquer tipo de creditações, permitiu-me chegar a palcos maiores e travar conhecimento com vários fotógrafos e aprender imenso nestes últimos 3 anos. Actualmente tenho de agradecer à Checksound e Festivalphoto por acreditarem em mim e quererem a minha colaboração. Recentemente renovei o meu website (que pode ser visto em www.ahphoto.pt.vu ), de forma a espelhar melhor o meu trabalho, pois era algo que já andava a adiar há uns anos.
W - Quando páras de fotografar durante longo período de tempo sentes falta de pegar na máquina e disparar?
A - Claro. Quando não a tenho comigo, parece que perco as melhores oportunidades, se estou num concerto e não tenho a máquina só penso nas fotos que podia estar a fazer nesse momento.
W - Quais são as tuas principais influências nesta área?
A - Antes de olhar para fora, gosto de ver o que se faz cá dentro, e a nível nacional a pessoa que mais me inspirou foi o Cameraman Metálico, pela sua simpatia e vontade de lutar pelo que acredita e que maior prazer lhe dá: música e fotografia. Em termos de fotografia promocional de bandas admiro imenso o trabalho da Rita Carmo.
W - Consideras o tratamento de imagem essencial ou dispensável?
A - O tratamento que dou às imagens resume-se a algum crop que seja necessário, acerto nos contrastes e redução no ruído (que teima em aparecer quando se trabalha em ambientes escuros como são os concertos), mas é sempre bom ter essa rede de segurança se precisarmos duma foto que não podemos salvar de outra forma.
W - Com o surgimento da era digital, a fotografia passou a implicar custos muito menores. Na tua opinião, quais são as principais consequências que isto tem na fotografia e no seu meio?
A - Esta revolução veio facilitar imenso o acesso a eventos com máquinas fotográficas. Houve várias vezes, nos meus primeiros anos de fotografia de concertos, que vi a minha entrada barrada por causa da máquina, hoje em dia é comum ver dezenas de DSLR num concerto. Esta democratização veio multiplicar exponencialmente as fotografias e fotógrafos num evento, o que é bom, por ver tanta gente interessada na fotografia, mas tem também um lado perverso, pois vem descredibilizar o trabalho do fotógrafo e retirar o valor da imagem, com os milhares de imagens a que agora podemos aceder dum único evento.
W - Sabemos que celebras 10 anos a trabalhar como fotógrafo, parabéns! Quais os principais momentos e experiências que recordas?
A - O reconhecimento do nosso trabalho por parte de bandas cujo trabalho admiro é algo de único e que dá forças para continuar a fotografar, investir tempo e dinheiro em material. Nestes 10 anos conto já com 5 exposições em nome individual (Porto, Gaia, Aveiro e Berlim) e 1 colectiva (Lisboa). Tudo são metas e recompensas pelo trabalho destes 10 anos.
W - Existem projectos para o futuro?
A - Quero apostar mais nas sessões de fotografia promocional. Forçar-me a tomar controlo do ambiente e dos artistas, que é algo oposto ao que acontece quando os fotografo em cima dum palco, em que sou eu que me tenho de adaptar ao ambiente. Quero conseguir colaborações com mais meios de comunicação. Gostava de poder viver da fotografia, é ambicioso, mas quem sabe, talvez um dia…
W - Para finalizar, alguma mensagem que queiras deixar aos leitores, fotógrafos, promotoras, revistas…?
A - Sigam os vossos sonhos, por vezes não é preciso abdicar de muito para se conseguir algo de bom. Para as revistas: apostem na qualidade gráfica e das fotografias, porque os olhos também “comem”. Não encarreguem apenas os amigos para cobrir o evento, tentem apostar em gente com valor e provas dadas. Para a Whisper, o meu muito obrigado pela oportunidade de dar a conhecer o meu trabalho a mais pessoas. É um projecto promissor e que aposta na qualidade, continuem o bom trabalho.
André - Pelo meu pai, que tem gosto pela fotografia e uma colecção de máquinas antigas que com os seus foles e botões faziam as minhas delícias de miúdo, mas o processo de realmente fotografar apareceu mais tarde, com os concertos e a vontade de levar algo daqueles momentos comigo.
W - Como foi o início da experiência como fotografo e o processo de aprendizagem?
A - Por volta dos 14 anos fiz um pequeno curso de fotografia na escola que frequentava, onde aprendi regras de composição, aberturas, velocidades e a revelar preto e branco, mas a verdadeira aprendizagem foi sendo feita com tentativa e erro, primeiro com analógicas ( Yashica TL Electro, Canon AE1 e Nikon F70) depois alternando com as digitais (Fuji 2800Z, Nikon E5700, Sony 828, Nikon D70s), até actualmente fotografar só em digital (Nikon D200).
W - Quais foram os principais obstáculo e metas atingidas?
A - Fotografar concertos tem várias dificuldades inerentes e as condições luminosas obrigam a ter vidro luminoso. Durante muitos anos fotografei unicamente com uma 50mm 1.8 pois era o mais acessível que podia comprar. A falta de creditações ainda aumentam mais estas dificuldades, seja para conseguir entrar com a máquina no recinto, seja para a proteger de acidentes, por isso a grande meta para mim foi quando a Elegy Ibérica me convidou a fazer parte da sua redacção. Essa colaboração, que chegou ao fim de 7 anos a fotografar sem qualquer tipo de creditações, permitiu-me chegar a palcos maiores e travar conhecimento com vários fotógrafos e aprender imenso nestes últimos 3 anos. Actualmente tenho de agradecer à Checksound e Festivalphoto por acreditarem em mim e quererem a minha colaboração. Recentemente renovei o meu website (que pode ser visto em www.ahphoto.pt.vu ), de forma a espelhar melhor o meu trabalho, pois era algo que já andava a adiar há uns anos.
W - Quando páras de fotografar durante longo período de tempo sentes falta de pegar na máquina e disparar?
A - Claro. Quando não a tenho comigo, parece que perco as melhores oportunidades, se estou num concerto e não tenho a máquina só penso nas fotos que podia estar a fazer nesse momento.
W - Quais são as tuas principais influências nesta área?
A - Antes de olhar para fora, gosto de ver o que se faz cá dentro, e a nível nacional a pessoa que mais me inspirou foi o Cameraman Metálico, pela sua simpatia e vontade de lutar pelo que acredita e que maior prazer lhe dá: música e fotografia. Em termos de fotografia promocional de bandas admiro imenso o trabalho da Rita Carmo.
W - Consideras o tratamento de imagem essencial ou dispensável?
A - O tratamento que dou às imagens resume-se a algum crop que seja necessário, acerto nos contrastes e redução no ruído (que teima em aparecer quando se trabalha em ambientes escuros como são os concertos), mas é sempre bom ter essa rede de segurança se precisarmos duma foto que não podemos salvar de outra forma.
W - Com o surgimento da era digital, a fotografia passou a implicar custos muito menores. Na tua opinião, quais são as principais consequências que isto tem na fotografia e no seu meio?
A - Esta revolução veio facilitar imenso o acesso a eventos com máquinas fotográficas. Houve várias vezes, nos meus primeiros anos de fotografia de concertos, que vi a minha entrada barrada por causa da máquina, hoje em dia é comum ver dezenas de DSLR num concerto. Esta democratização veio multiplicar exponencialmente as fotografias e fotógrafos num evento, o que é bom, por ver tanta gente interessada na fotografia, mas tem também um lado perverso, pois vem descredibilizar o trabalho do fotógrafo e retirar o valor da imagem, com os milhares de imagens a que agora podemos aceder dum único evento.
W - Sabemos que celebras 10 anos a trabalhar como fotógrafo, parabéns! Quais os principais momentos e experiências que recordas?
A - O reconhecimento do nosso trabalho por parte de bandas cujo trabalho admiro é algo de único e que dá forças para continuar a fotografar, investir tempo e dinheiro em material. Nestes 10 anos conto já com 5 exposições em nome individual (Porto, Gaia, Aveiro e Berlim) e 1 colectiva (Lisboa). Tudo são metas e recompensas pelo trabalho destes 10 anos.
W - Existem projectos para o futuro?
A - Quero apostar mais nas sessões de fotografia promocional. Forçar-me a tomar controlo do ambiente e dos artistas, que é algo oposto ao que acontece quando os fotografo em cima dum palco, em que sou eu que me tenho de adaptar ao ambiente. Quero conseguir colaborações com mais meios de comunicação. Gostava de poder viver da fotografia, é ambicioso, mas quem sabe, talvez um dia…
W - Para finalizar, alguma mensagem que queiras deixar aos leitores, fotógrafos, promotoras, revistas…?
A - Sigam os vossos sonhos, por vezes não é preciso abdicar de muito para se conseguir algo de bom. Para as revistas: apostem na qualidade gráfica e das fotografias, porque os olhos também “comem”. Não encarreguem apenas os amigos para cobrir o evento, tentem apostar em gente com valor e provas dadas. Para a Whisper, o meu muito obrigado pela oportunidade de dar a conhecer o meu trabalho a mais pessoas. É um projecto promissor e que aposta na qualidade, continuem o bom trabalho.