Mundo reage ao Nobel a Obama
Reacções de chefes de Estado e outras personalidades à nomeção de Barack Obama com o Nobel da Paz.
O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, felicitou hoje Barack Obama pela distinção com o Nobel da Paz considerando que ele "consagra o regresso da América ao coração de todos os povos".
O Comité norueguês atribuiu hoje o Nobel da Paz a Obama "pelos seus extraordinários esforços para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".
"Ao atribuir-lhe o seu prémio mais prestigiado, o Comité recompensa o seu compromisso determinado para com os direitos humanos, a justiça e a propagação da paz através do mundo", lê-se na mensagem enviada pelo Presidente francês a Barack Obama, divulgada em Paris pela presidência.
"Ele faz também justiça à sua visão de tolerância e de diálogo entre os Estados, as culturas e as civilizações. Ele consagra, por fim, o regresso da América ao coração de todos os povos do mundo", acrescentou.
Para a chanceler alemã, Angela Merkel, a atribuição do Nobel a Obama deve constituir "um incentivo ao Presidente (norte-americano) e a todos nós" para fazer mais pela paz no mundo.
Lech Walesa, laureado com o Nobel da Paz em 1983, declarou-se surpreendido com a atribuição do prémio a Obama e considerou que a distinção foi precipitada.
"Quem? Obama? Muito apressado! Ele não teve tempo de fazer o que quer que fosse. Até agora ele só fez propostas", declarou o líder histórico do Solidariedade e antigo Presidente polaco.
"Talvez o Comité Nobel esteja a dar o prémio para encorajar uma acção responsável. Se assim é, devemos dar-lhe uma oportunidade, a Obama", acrescentou.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse à imprensa que o anúncio da atribuição do prémio ao Presidente dos Estados Unidos foi acolhido no conselho de ministros italiano com uma salva de palmas.
"Durante o conselho de ministros, ouvimos que o Nobel da Paz foi atribuído a Barack Obama e aplaudimos com convicção", disse Berlusconi aos jornalistas.
O Presidente norte-americano deve agora, segundo o primeiro-ministro italiano, assumir "um comportamento ecuménico" em relação ao mundo inteiro.
O secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Alterações Climáticas, Yvo de Boer, considerou por seu lado a distinção de Obama como um possível encorajamento para um forte empenho do Presidente norte-americano num acordo mundial sobre o clima.
"Espero que isto constitua um encorajamento para que ele se empenhe fortemente num acordo em Copenhaga", disse.
O também laureado com o Nobel da Paz, o director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Mohammed ElBaradei, declarou-se "absolutamente encantado" com a escolha do Comité Nobel.
"Barack Obama, no poder há menos de um ano, transformou a forma de nos vermos a nós próprios e de vermos o mundo em que vivemos", afirmou ElBaradei num comunicado divulgado em Viena, acrescentando que o Presidente norte-americano criou "a esperança de um mundo em paz consigo mesmo".
Obama "demonstrou uma liderança extraordinária" ao propor um mundo desnuclearizado e "um compromisso inabalável para com a diplomacia, o respeito mútuo e o diálogo como principais meios para a resolução de conflitos", disse também.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, felicitou igualmente Barack Obama e manifestou a esperança de que um Estado palestiniano independente seja instaurado durante a sua presidência.
"Mahmud Abbas espera que a paz prevaleça na Palestina e na região durante a presidência de Obama com a instauração de um Estado palestiniano com Jerusalém-oriental como capital", declarou à imprensa o principal negociador palestiniano, Saeb Erakat.
O movimento radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, considerou por seu lado que Barack Obama "ainda tem muito a fazer para merecer" o Prémio Nobel da Paz.
"Ele (Obama) não apresentou nada aos palestinianos, a não ser promessas e boas intenções. Simultaneamente, deu o seu apoio absoluto à ocupação israelita", declarou um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
“Não notamos qualquer alteração na estratégia para a paz. Obama não fez nada pela paz no Afeganistão”, disse Zabihullah Mujahid, porta-voz dos fundamentalistas islâmicos depostos do poder pela força das armas de George W. Bush.
“Obama não tomou uma única medida a favor da paz ou a favor de um Afeganistão mais estável”, disse, ainda, Zabihullah Mujahid, em conversa telefónica com a AFP. Também à Agência France Press, o porta-voz do presidente afegão, Hamid Karzai, felicitou Obama pelo prémio Nobel.
“Pelo trabalho árduo que tem desenvolvido e o projecto para novas relações internacionais, pela vontade e os esforços para criar uma atmosfera de amizade e boas relações e para a paz no mundo, era a pessoa certa para receber o Prémio Nobel paz”, disse Siamak Hiraï, a voz de Karzai à AFP.
A atribuição do Prémio Nobel da Paz ao presidente norte-americano, Barak Obama, deve incitá-lo a pôr fim à injustiça no mundo, declarou hoje à AFP um conselheiro do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad.
"Esperamos que ele (prémio) o exorte a seguir o caminho que leve a justiça ao mundo", indicou Ali Akbar Javanfekr.
"Nós não estamos contrariados e esperamos que depois de ter sido galardoado com este prémio, ele (Barak Obama) comece a seguir o caminho para pôr fim à injustiça", concluiu.
Fonte: JN