Obama deseja um mundo sem armas atómicas
Os esforços para “estimular o desarmamento nuclear” foram um dos motivos que o comité Nobel escolheu para premiar o Presidente norte-americano. A estratégia de Barack Obama é aparentemente simples: “Países com armas nucleares devem caminhar para o desarmamento, países sem armas nucleares não irão adquiri-las e todos os países poderão ter acesso a energia nuclear com fins pacíficos”.
Este foi o plano apresentado pelo Presidente em Abril passado, em Praga. Obama foi então claro quanto à necessidade de começar por pôr fim à produção de material que possa ser usado em arsenais atómicos; e para combater a proliferação, propôs que nos próximos quatro anos o material radioactivo existente tenha de estar sob controlo, através de melhor detecção do tráfico e de “ferramentas financeiras”.
O Presidente sugeriu então algumas medidas concretas, como a criação de um banco internacional de combustível, para que os países o possam adquirir sem recorrerem ao enriquecimento de urânio – um caminho que pode conduzir à produção de arsenal nuclear.
Na altura, a BBC online comentou que os projectos nucleares de Obama tinham dois obstáculos: o primeiro era a admissão, por parte do próprio Presidente, que poderia não viver o suficiente para ver estes objectivos atingidos, remetendo a sua concretização para pelo menos três décadas. O segundo foi a sua afirmação de que enquanto houver armas nucleares, os EUA irão manter um arsenal “seguro, controlado e eficaz”.
Por isso, adiantava a estação britânica, “se apenas um país mantiver armas nucleares, assim o farão os EUA, porque caso contrário esse país dominaria o mundo. E se os EUA o fizerem, também o farão a Rússia e a China. Os franceses não quererão depender dos americanos, e vão manter as suas armas. E os britânicos não quererão que os franceses sejam os únicos europeus com armas nucleares, e por isso ficarão também com as deles”.
Um projecto para um mundo sem arsenal atómico nunca poderia ser traçado sem a Rússia. Em Julho, o Presidente norte-americano esteve em Moscovo para assinar com o seu homólogo Dmitri Medvedev um pacto em que ambos os países se comprometem a reduzir o seu arsenal a 1500 ogivas nucleares.
Esse acordo começa por estipular que depois da assinatura de um tratado de redução de armas nucleares, EUA e Rússia têm sete anos para que o seu arsenal fique limitado a 1675 ogivas (os tratados actuais permitem 2200, apesar de se pensar que ambos os lados terão mais do que isso).
O pacto também prevê que o número de sistemas de transporte de arsenal estratégico – que inclui mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares e bombardeiros – passe para entre 1100 e 500 (actualmente permitem-se 1600).
As iniciativas norte-americanas não ficaram circunscritas aos dois antigos rivais da guerra fria. No final de Setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução preparada pelos Estados Unidos que define como objectivo criar “um mundo sem armas nucleares”, e em que se estabelece o compromisso de fortalecer o sistema de prevenção internacional contra a proliferação de arsenal.
Não só ficaram definidos os passos a dar para a redução de armas atómicas por parte dos Estados que já as possuem, como se procura dificultar que outros países transformem programas nucleares civis em programas militares.
Alguns diplomatas e especialistas em segurança definiram esta resolução como um dos passos mais significativos dados pela ONU nos últimos anos em matéria de armamento nuclear.
Fonte: Público
Este foi o plano apresentado pelo Presidente em Abril passado, em Praga. Obama foi então claro quanto à necessidade de começar por pôr fim à produção de material que possa ser usado em arsenais atómicos; e para combater a proliferação, propôs que nos próximos quatro anos o material radioactivo existente tenha de estar sob controlo, através de melhor detecção do tráfico e de “ferramentas financeiras”.
O Presidente sugeriu então algumas medidas concretas, como a criação de um banco internacional de combustível, para que os países o possam adquirir sem recorrerem ao enriquecimento de urânio – um caminho que pode conduzir à produção de arsenal nuclear.
Na altura, a BBC online comentou que os projectos nucleares de Obama tinham dois obstáculos: o primeiro era a admissão, por parte do próprio Presidente, que poderia não viver o suficiente para ver estes objectivos atingidos, remetendo a sua concretização para pelo menos três décadas. O segundo foi a sua afirmação de que enquanto houver armas nucleares, os EUA irão manter um arsenal “seguro, controlado e eficaz”.
Por isso, adiantava a estação britânica, “se apenas um país mantiver armas nucleares, assim o farão os EUA, porque caso contrário esse país dominaria o mundo. E se os EUA o fizerem, também o farão a Rússia e a China. Os franceses não quererão depender dos americanos, e vão manter as suas armas. E os britânicos não quererão que os franceses sejam os únicos europeus com armas nucleares, e por isso ficarão também com as deles”.
Um projecto para um mundo sem arsenal atómico nunca poderia ser traçado sem a Rússia. Em Julho, o Presidente norte-americano esteve em Moscovo para assinar com o seu homólogo Dmitri Medvedev um pacto em que ambos os países se comprometem a reduzir o seu arsenal a 1500 ogivas nucleares.
Esse acordo começa por estipular que depois da assinatura de um tratado de redução de armas nucleares, EUA e Rússia têm sete anos para que o seu arsenal fique limitado a 1675 ogivas (os tratados actuais permitem 2200, apesar de se pensar que ambos os lados terão mais do que isso).
O pacto também prevê que o número de sistemas de transporte de arsenal estratégico – que inclui mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares e bombardeiros – passe para entre 1100 e 500 (actualmente permitem-se 1600).
As iniciativas norte-americanas não ficaram circunscritas aos dois antigos rivais da guerra fria. No final de Setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução preparada pelos Estados Unidos que define como objectivo criar “um mundo sem armas nucleares”, e em que se estabelece o compromisso de fortalecer o sistema de prevenção internacional contra a proliferação de arsenal.
Não só ficaram definidos os passos a dar para a redução de armas atómicas por parte dos Estados que já as possuem, como se procura dificultar que outros países transformem programas nucleares civis em programas militares.
Alguns diplomatas e especialistas em segurança definiram esta resolução como um dos passos mais significativos dados pela ONU nos últimos anos em matéria de armamento nuclear.
Fonte: Público