Os livros guardados na nuvem da Google
É num hotel chique, o Hessischer Hof, que fica mesmo em frente ao recinto onde decorre a Feira do Livro de Frankfurt, que a Google está a ter encontros com editores e jornalistas. O grupo norte-americano, que tem um projecto de digitalização, edição e comercialização de livros, aposta agora na Europa.
Luis Collado, que trabalha no escritório da Google em Madrid, recebeu o P2 com petit gâteau e café no Spigel Salon, o salão onde a Google se sediou em Frankfurt por estes dias. Aquele que é o responsável do Google Books (em português Google Livros), e que tem conduzido todos os contactos com os editores portugueses, falou com entusiasmo do que vieram anunciar nesta edição da feira: a Google Editions.
No próximo ano, em todo mundo, a Google espera mudar a maneira como compramos e lemos livros através do novo conceito de cloud publishing. Os livros em edição da Google passam a ser publicados e armazenados algures na Internet, numa "nuvem" de computadores, e depois quem os compra pode andar a lê-los em qualquer lado e em qualquer dispositivo com a ajuda de uma ligação à Internet.
"Os leitores comprarão à Google Editions o acesso online ao livro", explica Luis Collado. "O livro estará sempre nos servidores da Google e este acesso online significa que a partir de qualquer dispositivo electrónico com uma ligação à Internet as pessoas vão poder ler os livros." Esses dispositivos podem ser um computador, um ecrã de televisão com uma ligação à Internet, um e-reader, isto é, um leitor de livros electrónicos que tenha uma ligação aberta à Internet (a próxima geração destes aparelhos), ou ainda um telemóvel.
É um modelo mais aberto do que os até agora existentes (por exemplo, a leitura através do Kindle, da Amazon, ou do Reader, da Sony), porque não depende nem de um formato, nem de uma tecnologia. "Na Google queremos que cada leitor possa eleger o formato em que quer ler livros. Antigamente um leitor só podia ler livros em papel. Nos próximos dois anos um leitor poderá ler livros em papel, num e-reader ou poderá ler livros que estão na nuvem, na cloud. São mais possibilidades para que mais leitores possam descobrir, conhecer e aceder aos livros. É positivo para todos."
"Imagine as possibilidades", continua Luis Collado. "Você está no escritório, com o computador ligado à Internet e compra o livro. Vai para uma estação de metro em Lisboa, tem um iPhone com ligação 3G à Internet e tem lá também o livro. Entra no metro, desliga a ligação à Internet, mas continua a ter o seu livro. Regressa a casa liga a televisão com Internet e lá está o livro. O leitor não necessitará de ter um dispositivo só para ler livros. A nossa ideia é que a Internet funcione como o espaço comum para tudo, o resto é tecnologia", acrescenta.
"Qualquer livreiro que tenha uma livraria online vai poder vender essas Google Editions. É um sistema aberto a todos", revela Luis Collado. O pagamento será feito através do Google Checkout, um serviço da Google que permite fazer compras online utilizando o cartão de crédito. E qualquer editor - pequeno ou grande - associado à Google Editions vai poder colocar online os seus livros em formato digital. Depois a empresa norte-americana ficará com a responsabilidade de os adaptar aos dispositivos onde vão ser lidos. Será a Google a lidar com os problemas técnicos de enquadrar a leitura num ecrã de telemóvel ou numa televisão.
"Os livros que estamos a pensar vender são os livros que temos vindo a digitalizar depois dos acordos que assinámos com os editores. Estes têm que ter os direitos digitais dos livros para que possam ser vendidos na Internet e o preço dos livros será estabelecido por eles. Ainda está a ser decidido, mas é certo que a maioria dos lucros das vendas irá para os editores (63 por cento para os editores, 37 por cento para o Google)", explica.
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Luis Collado, que trabalha no escritório da Google em Madrid, recebeu o P2 com petit gâteau e café no Spigel Salon, o salão onde a Google se sediou em Frankfurt por estes dias. Aquele que é o responsável do Google Books (em português Google Livros), e que tem conduzido todos os contactos com os editores portugueses, falou com entusiasmo do que vieram anunciar nesta edição da feira: a Google Editions.
No próximo ano, em todo mundo, a Google espera mudar a maneira como compramos e lemos livros através do novo conceito de cloud publishing. Os livros em edição da Google passam a ser publicados e armazenados algures na Internet, numa "nuvem" de computadores, e depois quem os compra pode andar a lê-los em qualquer lado e em qualquer dispositivo com a ajuda de uma ligação à Internet.
"Os leitores comprarão à Google Editions o acesso online ao livro", explica Luis Collado. "O livro estará sempre nos servidores da Google e este acesso online significa que a partir de qualquer dispositivo electrónico com uma ligação à Internet as pessoas vão poder ler os livros." Esses dispositivos podem ser um computador, um ecrã de televisão com uma ligação à Internet, um e-reader, isto é, um leitor de livros electrónicos que tenha uma ligação aberta à Internet (a próxima geração destes aparelhos), ou ainda um telemóvel.
É um modelo mais aberto do que os até agora existentes (por exemplo, a leitura através do Kindle, da Amazon, ou do Reader, da Sony), porque não depende nem de um formato, nem de uma tecnologia. "Na Google queremos que cada leitor possa eleger o formato em que quer ler livros. Antigamente um leitor só podia ler livros em papel. Nos próximos dois anos um leitor poderá ler livros em papel, num e-reader ou poderá ler livros que estão na nuvem, na cloud. São mais possibilidades para que mais leitores possam descobrir, conhecer e aceder aos livros. É positivo para todos."
"Imagine as possibilidades", continua Luis Collado. "Você está no escritório, com o computador ligado à Internet e compra o livro. Vai para uma estação de metro em Lisboa, tem um iPhone com ligação 3G à Internet e tem lá também o livro. Entra no metro, desliga a ligação à Internet, mas continua a ter o seu livro. Regressa a casa liga a televisão com Internet e lá está o livro. O leitor não necessitará de ter um dispositivo só para ler livros. A nossa ideia é que a Internet funcione como o espaço comum para tudo, o resto é tecnologia", acrescenta.
"Qualquer livreiro que tenha uma livraria online vai poder vender essas Google Editions. É um sistema aberto a todos", revela Luis Collado. O pagamento será feito através do Google Checkout, um serviço da Google que permite fazer compras online utilizando o cartão de crédito. E qualquer editor - pequeno ou grande - associado à Google Editions vai poder colocar online os seus livros em formato digital. Depois a empresa norte-americana ficará com a responsabilidade de os adaptar aos dispositivos onde vão ser lidos. Será a Google a lidar com os problemas técnicos de enquadrar a leitura num ecrã de telemóvel ou numa televisão.
"Os livros que estamos a pensar vender são os livros que temos vindo a digitalizar depois dos acordos que assinámos com os editores. Estes têm que ter os direitos digitais dos livros para que possam ser vendidos na Internet e o preço dos livros será estabelecido por eles. Ainda está a ser decidido, mas é certo que a maioria dos lucros das vendas irá para os editores (63 por cento para os editores, 37 por cento para o Google)", explica.
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