PSD afasta moção de rejeição
O programa de Governo, que deverá ser discutido quarta e quinta-feira, esteve em análise na última comissão política, realizada na terça-feira à tarde. Sem grandes conclusões. Motivo: afinal, apesar de ter sido anunciado que manterá o essencial do programa eleitoral, o texto só deverá ser entregue no Parlamento na próxima segunda-feira.
Há duas semanas, após uma audiência com o Presidente Cavaco Silva, a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, não afastou totalmente a hipótese de apresentar uma moção de rejeição – o debate do programa representa a investidura parlamentar do Governo e não é votado. Está apenas prevista a moção de rejeição ou, da parte da maioria, a apresentação de uma moção de confiança.
Nos últimos dias, multiplicaram-se os apelos à estabilidade quer do Presidente quer do próprio primeiro-ministro, que chefia um governo de maioria relativa saído das legislativas de 27 de Setembro.
Apesar de não o dizer directamente, o líder parlamentar dos social-democratas, José Pedro Aguiar Branco, admitiu ontem que o PSD dificilmente apresentará uma moção de rejeição. A ideia é esperar para ver o programa, porque com o PS por vezes há diferenças “entre o anúncio e a realidade das coisas”.
Mas Aguiar Branco fez uma promessa: “Não é de nós que partirá uma actuação que vá criar instabilidade governativa.” “O nosso ponto de partida é não pôr em causa a estabilidade necessária para que o Governo possa começar o seu mandato em condições para poder contribuir para o país sair da crise em que se encontra”, afirmou José Pedro Aguiar-Branco aos jornalistas, depois uma audiência de apresentação de cumprimentos ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
A primeira reunião do grupo parlamentar do PSD, já com Aguiar-Branco eleito por 96 por cento dos deputados, deverá realizar-se na quinta-feira, na Assembleia.
Fonte: Público