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Foi há praticamente 21 anos que o Belenenses empatou, pela última vez, em Alvalade. No dia 11 de Dezembro de 1988, festejara, pela última vez, a conquista de um ponto. Ontem, voltou a acontecer, com total mérito, e nem sequer foi preciso uma exibição do outro Mundo para o conseguir. Bastou acerto no meio campo e alguma disciplina defensiva. O Sporting facilitou, já que, apesar de às vezes ter porfiado, nunca chegou a sufocar. Nem perto disso. Se calhar, Paulo Bento também fez falta no banco. Nos dois jogos da presente liga em que não esteve no lugar habitual, os seus comandados não conseguiram ganhar. Aconteceu frente ao Nacional e diante do Braga.

O problema do leão está muito longe de ser apenas e só defensivo, como eventualmente sugeriram os últimos resultados. Por exemplo, na primeira parte, foi necessário central azul Beto inventar um lance em que desejou driblar todos os adversários no seu meio-campo (quis provar aos antigos adeptos que ainda sabia do ofício e, por isso, o jogo correu-lhe mal na generalidade) para que Postiga tivesse a primeira oportunidade. O avançado mostrou aos críticos que, às vezes, têm razão: precisa, habitualmente, de várias oportunidades para conseguir marcar. Na segundo período, nova grande chance, desta vez de cabeça, mas a bola foi por cima. Foi um dos culpados pelo nulo. A boa pressão exercida pelos leões, especialmente na primeira parte, não teve resultados práticos.

É verdade que Paulo Bento pode queixar-se de ausências importantes. Além de Izmailov, que há muito faz falta à equipa, Miguel Veloso é Polga também não estiveram presentes. A ausência do internacional português foi especialmente notada, visto que tem sido um dos motores do conjunto. Adrien esteve a um nível razoável, mas não fez esquecer o colega. Entretanto, Angulo está a causar temor entre os adeptos: será que joga assim tão pouco? Não teve um rasgo, uma linha de criatividade, pareceu sempre confuso no relvado que, em mau estado, nunca facilitou a tarefa à equipa do Sporting. E o pior é que Vukcevic também nunca desequilibrou.

As substituições melhoraram, ainda assim, a prestação. Yannick e Pereirinha deram alguma cor às alas, havendo mais soluções ofensivas. O número 25 desperdiçou uma óptima chance aos 66 minutos, ao rematar frouxo, e Caicedo, que entrara há pouco tempo, também não conseguiu ultrapassar um Nélson inspirado. O nervosismo foi tomando conta dos jogadores, cada vez mais apupados, e na parte final a formação dava já a sensação de estar a actuar fora de casa, tamanho o medo de errar. O Sporting funciona mal e dá a sensação clara de existir uma forte desmotivação. Os lenços brancos foram a prova de que há cada vez menos paciência para o mau jogo do conjunto e para as desculpas que versam sempre os árbitros ou os rivais. Entretanto, o Braga já está a dez pontos.

Fonte: JN