Morreu Kim Peek, o verdadeiro Rain Man
No filme Rain Man, de 1988, Kim Peek inspirou a personagem principal, Raymon Babbit, interpretada por Dustin Hoffman. Como ele, vivia uma deficiência associada à síndrome de Savant. Era uma pessoa especial, um "mega-savant". Tinha uma capacidade extraordinária para memorizar o que lia, mas dificilmente se adaptava aos gestos quotidianos de um adulto, como vestir-se ou calçar-se.
Era o pai, Fran Peek, quem o ajudava nessas e noutras tarefas diárias, ao longo dos 58 anos de vida. E foi ele quem esta terça-feira anunciou a morte do filho. Kim teve um ataque cardíaco no sábado, após uma infecção respiratória, em Salt Lake City, EUA, onde vivia.
Após o anúncio, a família recebeu milhares de cartas e mensagens de pais de crianças deficientes que disseram que o filme e as muitas intervenções públicas de Kim lhes deram alento e esperança, conta o jornal The Guardian. "Não é preciso ser-se inválido para se ser diferente. Toda a gente é diferente", dizia nas conferências para que era convidado.
Num desses encontros, no Texas, em 1984, quando Kim ainda era um desconhecido, estava na assistência o argumentista Barry Morrow, que o ouviu e se inspirou na sua história para escrever Rain Man. Barry Levinson realizou o filme que viria a ganhar quatro Óscares, incluindo para melhor actor, Dustin Hoffman.
Com Rain Man, a história de Kim transformou-se num fenómeno global. Mas as suas capacidades já o eram: Kim retinha 98 por cento de toda a informação que lia ou ouvia quando, em média, uma pessoa memoriza apenas 45 por cento. Com dois anos, já conseguia ler e memorizar livros. Ao longo da vida, terá memorizado 12 mil livros, entre os quais a Bíblia e toda a obra de William Shakespeare - esta, com apenas 16 anos. "Kim ensinou-nos algo acerca do potencial humano muito para além do que a maioria de nós pode imaginar", escreveu um comentador do jornal local de Salt Lake City.
Quando o filho tinha dois anos, Fran Peek recusou-se a interná-lo numa instituição para deficientes mentais, como recomendavam os médicos. Sem essa escolha, a vida de Kim teria um rumo muito diferente. Com a vida que teve, diz Darold Treffert, psiquiatra na Universidade do Wisconsin, que ajudou a equipa de Rain Man e foi amigo de Kim, o legado de Kim define-se numa palavra: "Inspiração".
Fonte: Público
Era o pai, Fran Peek, quem o ajudava nessas e noutras tarefas diárias, ao longo dos 58 anos de vida. E foi ele quem esta terça-feira anunciou a morte do filho. Kim teve um ataque cardíaco no sábado, após uma infecção respiratória, em Salt Lake City, EUA, onde vivia.
Após o anúncio, a família recebeu milhares de cartas e mensagens de pais de crianças deficientes que disseram que o filme e as muitas intervenções públicas de Kim lhes deram alento e esperança, conta o jornal The Guardian. "Não é preciso ser-se inválido para se ser diferente. Toda a gente é diferente", dizia nas conferências para que era convidado.
Num desses encontros, no Texas, em 1984, quando Kim ainda era um desconhecido, estava na assistência o argumentista Barry Morrow, que o ouviu e se inspirou na sua história para escrever Rain Man. Barry Levinson realizou o filme que viria a ganhar quatro Óscares, incluindo para melhor actor, Dustin Hoffman.
Com Rain Man, a história de Kim transformou-se num fenómeno global. Mas as suas capacidades já o eram: Kim retinha 98 por cento de toda a informação que lia ou ouvia quando, em média, uma pessoa memoriza apenas 45 por cento. Com dois anos, já conseguia ler e memorizar livros. Ao longo da vida, terá memorizado 12 mil livros, entre os quais a Bíblia e toda a obra de William Shakespeare - esta, com apenas 16 anos. "Kim ensinou-nos algo acerca do potencial humano muito para além do que a maioria de nós pode imaginar", escreveu um comentador do jornal local de Salt Lake City.
Quando o filho tinha dois anos, Fran Peek recusou-se a interná-lo numa instituição para deficientes mentais, como recomendavam os médicos. Sem essa escolha, a vida de Kim teria um rumo muito diferente. Com a vida que teve, diz Darold Treffert, psiquiatra na Universidade do Wisconsin, que ajudou a equipa de Rain Man e foi amigo de Kim, o legado de Kim define-se numa palavra: "Inspiração".
Fonte: Público