Temperatura em Portugal aumenta
A temperatura média em Portugal está a aumentar a um ritmo mais rápido do que no resto do mundo, com um crescimento de 0,33 graus por década, segundo a análise climatológica da última década.
“Verifica-se um aumento da temperatura média de 0,33 graus à década, um ritmo de crescimento superior ao que se verifica fora de Portugal, em termos mundiais. A temperatura de 2009 ficou muito acima dos valores médios, quase um grau”, afirmou Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, em entrevista à Lusa.
O responsável, que citava dados do relatório preliminar da análise climatológica de Portugal Continental da década 2000-2009, precisou que, tendo em conta apenas os valores de referência do país, a temperatura média em 2009 ficou 0,9 graus acima do normal.
Comparativamente às temperaturas no resto do mundo, Portugal ficou este ano entre 0,55 e 0,33 graus acima dos valores médios.
“É praticamente o dobro daquilo que foi registado em termos mundiais como anomalia relativamente ao valor de referência. O aquecimento em Portugal vai já para além dos valores médios registados em termos do globo”, disse.
Verifica-se mesmo uma “consistência” nesta tendência de aquecimento, pelo ritmo que se mantém há já quatro décadas.
“O aumento de 0,33 graus à década é muito significativo. Com este ritmo, em 60 anos atingiam-se os dois graus de aumento de temperatura média em Portugal, isto se se mantivesse o ritmo e não fosse inclusivamente agravado, porque a tendência é de ligeiro agravamento desta elevação da temperatura”, explicou.
O relatório revela também uma diminuição da precipitação, com valores abaixo das médias de referência da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
“Temos primaveras mais curtas em termos de precipitação, assim como invernos, que estamos a alternar entre secos e chuvosos”, afirmou Adérito Serrão, acrescentando que esta década teve o inverno mais seco desde que há registo e o terceiro mais chuvoso dos últimos anos.
Estes dados traduzem uma intensificação dos episódios extremos, como aconteceu entre 2004 e 2006, com uma seca bastante prolongada.
As ondas de calor também têm sido várias, uma delas com duração superior a 15 dias, que teve repercussões como vítimas mortais e incêndios florestais.
Foi também nesta década que se bateram recordes: em termos de temperaturas máximas, 2003 registou a maior de sempre, com 47,4 graus na Amareleja. Já em 2005 houve a temperatura mínima mais acentuada, nas Penhas Douradas, e em 2001 ocorreram fenómenos de precipitação elevada.
O aumento de calor em Portugal verifica-se pelo aumento do número de noites tropicais, com temperaturas mínimas superiores a 20 graus, e pelo aumento do número de dias de verão, com temperaturas máximas superiores a 25 graus.
“O ano de 2009 foi um dos dez mais quentes, sendo que oito deles verificaram-se desde 1990”, salientou.
Este estudo para Portugal foi feito a partir do relatório climatológico mundial da última década.
Fonte: Público
“Verifica-se um aumento da temperatura média de 0,33 graus à década, um ritmo de crescimento superior ao que se verifica fora de Portugal, em termos mundiais. A temperatura de 2009 ficou muito acima dos valores médios, quase um grau”, afirmou Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, em entrevista à Lusa.
O responsável, que citava dados do relatório preliminar da análise climatológica de Portugal Continental da década 2000-2009, precisou que, tendo em conta apenas os valores de referência do país, a temperatura média em 2009 ficou 0,9 graus acima do normal.
Comparativamente às temperaturas no resto do mundo, Portugal ficou este ano entre 0,55 e 0,33 graus acima dos valores médios.
“É praticamente o dobro daquilo que foi registado em termos mundiais como anomalia relativamente ao valor de referência. O aquecimento em Portugal vai já para além dos valores médios registados em termos do globo”, disse.
Verifica-se mesmo uma “consistência” nesta tendência de aquecimento, pelo ritmo que se mantém há já quatro décadas.
“O aumento de 0,33 graus à década é muito significativo. Com este ritmo, em 60 anos atingiam-se os dois graus de aumento de temperatura média em Portugal, isto se se mantivesse o ritmo e não fosse inclusivamente agravado, porque a tendência é de ligeiro agravamento desta elevação da temperatura”, explicou.
O relatório revela também uma diminuição da precipitação, com valores abaixo das médias de referência da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
“Temos primaveras mais curtas em termos de precipitação, assim como invernos, que estamos a alternar entre secos e chuvosos”, afirmou Adérito Serrão, acrescentando que esta década teve o inverno mais seco desde que há registo e o terceiro mais chuvoso dos últimos anos.
Estes dados traduzem uma intensificação dos episódios extremos, como aconteceu entre 2004 e 2006, com uma seca bastante prolongada.
As ondas de calor também têm sido várias, uma delas com duração superior a 15 dias, que teve repercussões como vítimas mortais e incêndios florestais.
Foi também nesta década que se bateram recordes: em termos de temperaturas máximas, 2003 registou a maior de sempre, com 47,4 graus na Amareleja. Já em 2005 houve a temperatura mínima mais acentuada, nas Penhas Douradas, e em 2001 ocorreram fenómenos de precipitação elevada.
O aumento de calor em Portugal verifica-se pelo aumento do número de noites tropicais, com temperaturas mínimas superiores a 20 graus, e pelo aumento do número de dias de verão, com temperaturas máximas superiores a 25 graus.
“O ano de 2009 foi um dos dez mais quentes, sendo que oito deles verificaram-se desde 1990”, salientou.
Este estudo para Portugal foi feito a partir do relatório climatológico mundial da última década.
Fonte: Público