Adesão à greve anda pelos 90%
Num primeiro balanço provisório da greve dos enfermeiros que hoje se iniciou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estima que, no turno da manhã, tenham aderido 90 a 95 por cento dos profissionais, disse o presidente da estrutura, José Carlos Martins. Já o Ministério da Saúde diz que a adesão andou pelos 77 por cento.
O sindicalista afirma que neste primeiro dia da paralisação, que se vai prolongar até sexta-feira, há várias unidades onde a adesão está a ser de 100 por cento, como é o caso dos hospitais do Fundão, do Montijo e da Anadia.
Na zona de Lisboa a adesão também está a ser “bastante elevada”, notou, dando vários exemplos: Hospital Garcia de Orta (Almada) na ordem dos 84 por cento, Amadora-Sintra e Pulido Valente de 85 por cento, Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa) de 95 por cento e São João (Porto) está a atingir os 96 por cento.
O responsável adiantou que na maioria dos blocos operatórios de todo o país só se estão a fazer as operações de emergência e, por exemplo, no Pulido Valente (Lisboa) foi mesmo preciso requisitar três enfermeiros para cumprirem os serviços mínimos (procedimentos que se não forem realizados podem colocar em risco a vida do doente).
Os números que o Ministério da Saúde anunciou são bem diferentes, situando-se nos 77 por cento. “Até às 12h30 de hoje, a adesão à greve situava-se nos 76,79 por cento”, disse à agência Lusa uma fonte oficial do Ministério da Saúde.
A greve culminará numa manifestação sexta-feira, em Lisboa , em que são esperados 15 mil dos 60 mil enfermeiros portugueses, nem todos afectados pela reforma das carreiras em discussão com o Ministério da Saúde.
Em causa está a revisão da carreira da classe. Desde finais da década de 1990 que os enfermeiros são licenciados, e os que tinham um bacharelato tiveram de fazer um quarto ano. Contudo, a remuneração de entrada na carreira é de 1020 euros brutos, menos que para a restante administração pública.
"Não estamos em paridade com os outros profissionais, em que os licenciados entram logo a ganhar 1200 euros. Para além disso, nós pertencemos a uma carreira técnica e, nesse caso, nos outros sectores entram a ganhar mais de 1500 euros", insiste Fernando Rodrigues Correia, presidente do Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
Enquanto permanecerem estes 500 euros de diferença "não haverá acordo e os protestos vão endurecer e subir de tom", promete José Correia Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, que dá também como exemplo os "1500 euros com que começa um professor ou os 2500 dos médicos e juízes".
Em Setembro, a tutela apresentou uma proposta para subir as remunerações de entrada na carreira para 1200 euros mensais a partir de Janeiro de 2011. Contudo, na segunda ronda negocial, no início de Janeiro, a ministra da Saúde baixou a proposta de entrada dos actuais 1020 para 995 euros até ao ano 2014, altura em que se passaria para a proposta dos 1200 euros.
Os enfermeiros estão também contra as cotas que limitam o acesso de apenas 10 por cento ao topo da carreira.
Fonte: Público
O sindicalista afirma que neste primeiro dia da paralisação, que se vai prolongar até sexta-feira, há várias unidades onde a adesão está a ser de 100 por cento, como é o caso dos hospitais do Fundão, do Montijo e da Anadia.
Na zona de Lisboa a adesão também está a ser “bastante elevada”, notou, dando vários exemplos: Hospital Garcia de Orta (Almada) na ordem dos 84 por cento, Amadora-Sintra e Pulido Valente de 85 por cento, Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa) de 95 por cento e São João (Porto) está a atingir os 96 por cento.
O responsável adiantou que na maioria dos blocos operatórios de todo o país só se estão a fazer as operações de emergência e, por exemplo, no Pulido Valente (Lisboa) foi mesmo preciso requisitar três enfermeiros para cumprirem os serviços mínimos (procedimentos que se não forem realizados podem colocar em risco a vida do doente).
Os números que o Ministério da Saúde anunciou são bem diferentes, situando-se nos 77 por cento. “Até às 12h30 de hoje, a adesão à greve situava-se nos 76,79 por cento”, disse à agência Lusa uma fonte oficial do Ministério da Saúde.
A greve culminará numa manifestação sexta-feira, em Lisboa , em que são esperados 15 mil dos 60 mil enfermeiros portugueses, nem todos afectados pela reforma das carreiras em discussão com o Ministério da Saúde.
Em causa está a revisão da carreira da classe. Desde finais da década de 1990 que os enfermeiros são licenciados, e os que tinham um bacharelato tiveram de fazer um quarto ano. Contudo, a remuneração de entrada na carreira é de 1020 euros brutos, menos que para a restante administração pública.
"Não estamos em paridade com os outros profissionais, em que os licenciados entram logo a ganhar 1200 euros. Para além disso, nós pertencemos a uma carreira técnica e, nesse caso, nos outros sectores entram a ganhar mais de 1500 euros", insiste Fernando Rodrigues Correia, presidente do Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
Enquanto permanecerem estes 500 euros de diferença "não haverá acordo e os protestos vão endurecer e subir de tom", promete José Correia Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, que dá também como exemplo os "1500 euros com que começa um professor ou os 2500 dos médicos e juízes".
Em Setembro, a tutela apresentou uma proposta para subir as remunerações de entrada na carreira para 1200 euros mensais a partir de Janeiro de 2011. Contudo, na segunda ronda negocial, no início de Janeiro, a ministra da Saúde baixou a proposta de entrada dos actuais 1020 para 995 euros até ao ano 2014, altura em que se passaria para a proposta dos 1200 euros.
Os enfermeiros estão também contra as cotas que limitam o acesso de apenas 10 por cento ao topo da carreira.
Fonte: Público