USA e UK fecham embaixadas no Iémen


A embaixada dos Estados Unidos no Iémen foi hoje encerrada, devido a “continuadas ameaças” por parte de grupos terroristas ligados à Al-Qaeda na Península Arábica, não tendo sido dada qualquer indicação de quando a missão diplomática em Sanaa irá reabrir. Poucas horas depois, Londres anunciava que seguia o mesmo caminho, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico a evocar "razões de segurança"

Num comunicado emitido pela manhã, a embaixada dos Estados Unidos encorajava os cidadãos norte-americanos no Iémen a manterem-se “vigilantes e cautelosos” em matéria de segurança, frisando que a Al-Qaeda poderá “atacar” alvos dos Estados Unidos no Iémen. Foi igualmente indicado aos funcionários iemenitas da missão que se mantivessem longe da embaixada até novas instruções, de acordo com diplomatas ouvidos pela agência noticiosa britânica Reuters.

Nem os Estados Unidos nem o Reino Unido avançaram se esta decisão se deve a uma específica ameaça feita aos seus interesses e representações no Iémen.

O alerta surge um dia depois de o chefe do Comando Central militar dos Estados Unidos, general David Petraeus, ter visitado o Iémen, onde renovou a promessa do Presidente, Barack Obama, em ajudar os iemenitas no combate à Al-Qaeda – que se crê ter encontrado um refúgio seguro neste país, a mais pobre nação árabe.

Obama sustentara, também na véspera, que a Al-Qaeda, através do grupo seu afiliado na Península Arábica, tivera envolvimento directo no atentado bombista falhado de 25 de Dezembro a bordo de um avião da Northwest Delta Airlines, que partida de Amesterdão rumo a Detroit. Disse o Presidente norte-americano que o bombista – o nigeriano Farouk Abdul Mutallab, de 23 anos – fora treinado e equipado com explosivos por esse grupo terrorista que o mandou atacar o avião com destino aos Estados Unidos.

A Administração norte-americana comprometeu-se, de resto, em expandir a cooperação militar e de serviços secretos com o Governo do Iémen, visando aumentar a pressão sobre os militantes da Al-Qaeda nesta região. Estes esforços receberam já hoje a promessa de participação também do Reino Unido, que fez saber que irá reforçar a par dos norte-americanos a luta contra o terrorismo tanto no Iémen como na Somália.

O gabinete do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, informou que Washington e Londres acordaram em intensificar o trabalho que desenvolvem conjuntamente para contrariar a “emergente ameaça terrorista”. Entre essas novas iniciativas está o financiamento de uma “unidade especial de polícia antiterrorismo no Iémen” e um reforçado apoio à guarda costeira iemenita.

A organização de Osama bin Laden reivindicara a tentativa de atentado do dia de Natal na passada segunda-feira, dizendo tratar-se de uma “resposta directa à injusta agressão americana” no Iémen, e apelou a todos os seus partidários que “expulsem os infiéis da península Arábica [Iémen e Arábia Saudita] e matem todos os traidores que trabalham nas embaixadas e outros organismos” ocidentais.



Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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