Formatos mais baratos e flexíveis


Março é o mês das estreias nos canais. RTP, SIC e TVI apostam em produtos apelativos e de orçamento reduzido. E se não fidelizarem públicos podem sair de grelha.

Concursos, ‘talent shows’ e comédias vão ocupar, nos próximos meses, as grelhas dos canais. Produtos que entretêm o público, poupam nos orçamentos das estações e são conduzidos por alguns dos anfitriões mais queridos dos espectadores como Júlia Pinheiro, Carolina Patrocínio, João Manzarra e Catarina Furtado.

RTP, SIC e TVI estão a postos para dar seguimento aos novos conteúdos. Formatos “mais flexíveis” e que “podem sair de grelha” no caso de não fidelizarem públicos, como dizem os produtores Frederico Ferreira de Almeida, Fremantle e Pedro Curto, da CBV. Para o crítico de televisão e ex-director de Programas, Francisco Penim, os “concursos, ‘talent shows’ ou conteúdos com sketches humorísticos são também, em termos orçamentais, apostas menos arriscadas”. E numa altura em que se fala de contenção de despesas, esta é uma fórmula que as televisões não descuram. No entanto, os produtores não arriscam falar de números. “Depende de que tipo de programas, há concursos mais caros e outros mais baratos”, defende o director-geral da Fremantle. Também o crítico de TV diz que, “por defeito, uma novela é sempre mais dispendiosa.


Mas também há programas de humor, como foi o caso dos ‘Gato’, cuja média dos episódios era 50 mil euros, o que já é muito para um programa do género. É preciso ter muito boas audiências para o manter no ar”. Generalizando, Francisco Penim diz, no entanto, que um programa “normal de humor pode ficar nos 15 a 25 mil euros por sketche”, valores muito inferiores a uma ficção ou uma telenovela, cujo valor pode ultrapassar os 200 mil euros. Mas Francisco Penim diz que há outra questão mais pertinente para além dos custos: “Um programa de sketches cómico é muito mais volátil, porque sempre que as audiências não forem muito boas é muito mais fácil tirá-lo do ar do que um ‘programa de fluxo’, como uma novela, em que há uma aposta editorial”.


Quanto à atracção deste tipo de formatos, o produtor Pedro Curto acredita que “são cíclicos”. No entanto, admite que, “em tempo de crise, os concursos com prémios monetários têm muito mais procura”. Pedro Curto diz ainda que os formatos ‘reality’ ou ‘talent shows’ atraem aqueles que “procuram os tais 15 minutos de fama”. Já Frederico de Almeida é peremptório quanto ao que atrai ou não mais espectadores. “Depende dos concursos e dos formatos. Há tantos factores que contribuem para o sucesso de um programa que se torna impossível uma avaliação genérica.” E as propostas não tardam a chegar. Março é o mês mais forte em estreias e algumas propostas são mesmo inovadoras no panorama televisivo nacional. É o caso do programa de Júlia Pinheiro, na TVI, com estreia prevista para a primeira quinzena. Com o título provisório ‘Evidências’, a apresentadora terá em estúdio a médium britânica Ann Germain, a qual porá em contacto o mundo dos vivos com o dos espíritos.

A directora de Formatação de Conteúdos da estação de Queluz vai ter consigo como convidados algumas figuras públicas, como Moita Flores, Ruy de Carvalho, Joana Solnado ou Marina Mota. “É um programa inovador em Portugal e apelativo para uma determinada faixa generalista. Um conteúdo deste género pode ter boas audiências”, diz a propósito Francisco Penim. Na RTP 1, pode contar-se com o regresso de mais uma edição de ‘Dança Comigo’, programa conduzido por Catarina Furtado. O canal público tem igualmente prevista a estreia do concurso ‘O Cubo’, uma produção da CBV que testa a destreza física e a capacidade de memória. Na SIC, a dupla Carolina Patrocínio e Pedro Miguel Ramos serão os anfitriões de ‘XXS’, a estrear dia 14. Uma produção da Endemol que porá duas famílias a rivalizar tarefas. Em Abril, João Manzarra deverá conduzir um concurso de talentos que é um sucesso internacional: ‘So You Think You Can Dance?’



' VIVER É FÁCIL' COM UNAS

Rui Unas e Jorge Mourato preparam-se para dar vida ao novo formato de humor da RTP 1. ‘Viver é fácil’, que se trata, no fundo, de um cocktail de géneros, somando aos sketches a stand-up comedy, promete animar as noites da estação do Estado. A dupla de actores consagrados ainda vai revelar talentos do humor.




Fonte: Correio da Manhã

POSTED BY Mari
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