Ministra desvaloriza greve dos enfermeiros
A ministra da Saúde, Ana Jorge, considerou hoje “sem sentido” a greve nacional dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica, uma vez que “não estão em causa os postos de trabalho” destes profissionais.
“É uma greve sem sentido ou sem razão, dado que não estão em causa os postos de trabalho destes enfermeiros e, portanto, é incompreensível”, afirmou Ana Jorge, à margem do Fórum Gulbenkian Saúde, subordinado ao tema “Mind Faces - As diferentes faces da saúde mental”, que decorre hoje na Gulbenkian, em Lisboa.
Ana Jorge sublinhou que “as pessoas têm todo o direito de se manifestar, mas era bom que o fizessem com a consciência do que é que está em causa”.
“Todos estes enfermeiros têm o seu posto de trabalho”, disse, lembrando que estão em comissão de serviço no Instituto Nacional de Emergência Médica para este trabalho e que estão “garantidos, pelo menos, durante todo este ano”.
Os enfermeiros do INEM iniciaram às 00h de hoje uma greve de 24 horas para reclamar um plano estratégico para o instituto e a integração dos profissionais da classe nos quadros desta entidade.
Exigindo “estabilidade no exercício de funções nos diferentes meios: ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida), nas VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), nos helicópteros e no próprio CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)”, os enfermeiros acusam ainda o INEM de querer substituir os enfermeiros por técnicos menos qualificados.
Segundo Ana Jorge, o Ministério da Saúde está a trabalhar com os enfermeiros e com o INEM para tentar encontrar uma “solução de trabalho que seja benéfica” para os profissionais, as instituições e as populações abrangidas pelo serviço de Suporte Imediato de Vida (SIV), que abrange locais com dificuldades de acesso.
“O trabalho e ocupação destes enfermeiros são diminutos, mas tem de existir e, portanto, estamos a tentar trabalhar uma solução que lhes permita ter um trabalho, quer numa instituição, quer no INEM”, sustentou.
A ministra ressalvou que os enfermeiros que estão no SIV não são únicos, há outros tão bem formados quanto estes, considerando que, se estes profissionais tiverem muito tempo neste serviço sem fazerem qualquer outra tarefa, perdem competências profissionais.
Segundo o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a greve dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica registou 99 por cento de adesão durante o primeiro turno de hoje.
"A adesão foi de 99 por cento. Todos os enfermeiros escalados nas ambulâncias SIV [Suporte Imediato de Vida] e nos CODU´s [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] fizeram greve, em todo país", precisou José Carlos Martins.
Sindicato admite pedir demissão da direcção do INEM
Entretanto, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) admitiu a hipótese de pedir a demissão do conselho directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), face à “incompetência e irresponsabilidade” na gestão dos enfermeiros naquele organismo.
O coordenador do SEP disse que a situação actual “denota uma profunda incompetência e irresponsabilidade da parte do INEM, ao permitir o acentuar do conflito, ao não encontrar mecanismos de discussão do plano estratégico (pré-hospitalar)”.
“A certa altura temos de afirmar que, com esta gestão, [os elementos do] conselho directivo do INEM serão possivelmente as pessoas menos adequadas ao exercício das funções. Em bom rigor, e se for caso disso, que se demita o conselho directivo do INEM”.
Os enfermeiros reúnem-se na sexta-feira com a ministra da Saúde, Ana Jorge, e esperam pelo menos perspectivas de solução e a discussão de um plano estratégico com a definição de dispositivos, meios, a sua organização, como se articulam e qual o papel dos enfermeiros.
O sindicalista também exige medidas que “estabilizem os enfermeiros no exercício da actividade pré-hospitalar”.
“Se a senhora ministra amanhã (sexta-feira) não apresentar propostas ou perspectivas de solução, naturalmente os enfermeiros vão ter de discutir novas formas de luta que, aí sim, poderão pôr em causa os próprios meios, mas nós não queremos isso. Queremos encontrar a solução."
Sublinhou ainda que os enfermeiros “são parte da solução” e portanto só avançarão para novos protestos se o Ministério da Saúde e o INEM de “uma forma irresponsável empurrar para isso”.
O sindicalista precisou que durante o turno da noite, entre as 00h e as 8h, apenas um enfermeiro não fez greve, o mesmo sucedendo no turno da manhã.
“Os enfermeiros estão em greve de uma forma responsável e estão a assegurar serviços mínimos e não há aqui qualquer perigo para a população”, acrescentou.
Segundo o dirigente sindical, a paralisação dos enfermeiros resulta de o INEM estar a "retirar os enfermeiros dos três helicópteros, das 42 viaturas médicas de emergência e das 28 ambulâncias de suporte de vida".
O INEM está a "afastar os enfermeiros dos serviços de emergência, substituindo-os por técnicos menos qualificados", reafirmou o responsável do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
José Carlos Martins referiu que na quarta-feira já foi concretizada uma dessas medidas, com a orientação, "por escrito, de que a partir de 1 de Março não haverá enfermeiros no CODU de Lisboa”.
Para o SEP, afastar os enfermeiros poderá eventualmente proporcionar poupanças económicas, mas a “médio prazo vai ter consequências no salvar de vidas das pessoas”.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a Associação Portuguesa de Enfermeiros Emergência Pré-Hospitalar exigem que "seja discutido um plano estratégico sobre a área pré-hospitalar e a estabilidade no exercício das funções em todo o dispositivo de socorro", concluiu.
Os enfermeiros vão distribuir comunicados à população para sensibilização do problema, em quatro acções de rua, no Norte, Centro, em Lisboa e no Algarve, além de reuniões com as câmara municipais.
Fonte: Público
“É uma greve sem sentido ou sem razão, dado que não estão em causa os postos de trabalho destes enfermeiros e, portanto, é incompreensível”, afirmou Ana Jorge, à margem do Fórum Gulbenkian Saúde, subordinado ao tema “Mind Faces - As diferentes faces da saúde mental”, que decorre hoje na Gulbenkian, em Lisboa.
Ana Jorge sublinhou que “as pessoas têm todo o direito de se manifestar, mas era bom que o fizessem com a consciência do que é que está em causa”.
“Todos estes enfermeiros têm o seu posto de trabalho”, disse, lembrando que estão em comissão de serviço no Instituto Nacional de Emergência Médica para este trabalho e que estão “garantidos, pelo menos, durante todo este ano”.
Os enfermeiros do INEM iniciaram às 00h de hoje uma greve de 24 horas para reclamar um plano estratégico para o instituto e a integração dos profissionais da classe nos quadros desta entidade.
Exigindo “estabilidade no exercício de funções nos diferentes meios: ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida), nas VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), nos helicópteros e no próprio CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)”, os enfermeiros acusam ainda o INEM de querer substituir os enfermeiros por técnicos menos qualificados.
Segundo Ana Jorge, o Ministério da Saúde está a trabalhar com os enfermeiros e com o INEM para tentar encontrar uma “solução de trabalho que seja benéfica” para os profissionais, as instituições e as populações abrangidas pelo serviço de Suporte Imediato de Vida (SIV), que abrange locais com dificuldades de acesso.
“O trabalho e ocupação destes enfermeiros são diminutos, mas tem de existir e, portanto, estamos a tentar trabalhar uma solução que lhes permita ter um trabalho, quer numa instituição, quer no INEM”, sustentou.
A ministra ressalvou que os enfermeiros que estão no SIV não são únicos, há outros tão bem formados quanto estes, considerando que, se estes profissionais tiverem muito tempo neste serviço sem fazerem qualquer outra tarefa, perdem competências profissionais.
Segundo o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a greve dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica registou 99 por cento de adesão durante o primeiro turno de hoje.
"A adesão foi de 99 por cento. Todos os enfermeiros escalados nas ambulâncias SIV [Suporte Imediato de Vida] e nos CODU´s [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] fizeram greve, em todo país", precisou José Carlos Martins.
Sindicato admite pedir demissão da direcção do INEM
Entretanto, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) admitiu a hipótese de pedir a demissão do conselho directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), face à “incompetência e irresponsabilidade” na gestão dos enfermeiros naquele organismo.
O coordenador do SEP disse que a situação actual “denota uma profunda incompetência e irresponsabilidade da parte do INEM, ao permitir o acentuar do conflito, ao não encontrar mecanismos de discussão do plano estratégico (pré-hospitalar)”.
“A certa altura temos de afirmar que, com esta gestão, [os elementos do] conselho directivo do INEM serão possivelmente as pessoas menos adequadas ao exercício das funções. Em bom rigor, e se for caso disso, que se demita o conselho directivo do INEM”.
Os enfermeiros reúnem-se na sexta-feira com a ministra da Saúde, Ana Jorge, e esperam pelo menos perspectivas de solução e a discussão de um plano estratégico com a definição de dispositivos, meios, a sua organização, como se articulam e qual o papel dos enfermeiros.
O sindicalista também exige medidas que “estabilizem os enfermeiros no exercício da actividade pré-hospitalar”.
“Se a senhora ministra amanhã (sexta-feira) não apresentar propostas ou perspectivas de solução, naturalmente os enfermeiros vão ter de discutir novas formas de luta que, aí sim, poderão pôr em causa os próprios meios, mas nós não queremos isso. Queremos encontrar a solução."
Sublinhou ainda que os enfermeiros “são parte da solução” e portanto só avançarão para novos protestos se o Ministério da Saúde e o INEM de “uma forma irresponsável empurrar para isso”.
O sindicalista precisou que durante o turno da noite, entre as 00h e as 8h, apenas um enfermeiro não fez greve, o mesmo sucedendo no turno da manhã.
“Os enfermeiros estão em greve de uma forma responsável e estão a assegurar serviços mínimos e não há aqui qualquer perigo para a população”, acrescentou.
Segundo o dirigente sindical, a paralisação dos enfermeiros resulta de o INEM estar a "retirar os enfermeiros dos três helicópteros, das 42 viaturas médicas de emergência e das 28 ambulâncias de suporte de vida".
O INEM está a "afastar os enfermeiros dos serviços de emergência, substituindo-os por técnicos menos qualificados", reafirmou o responsável do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
José Carlos Martins referiu que na quarta-feira já foi concretizada uma dessas medidas, com a orientação, "por escrito, de que a partir de 1 de Março não haverá enfermeiros no CODU de Lisboa”.
Para o SEP, afastar os enfermeiros poderá eventualmente proporcionar poupanças económicas, mas a “médio prazo vai ter consequências no salvar de vidas das pessoas”.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a Associação Portuguesa de Enfermeiros Emergência Pré-Hospitalar exigem que "seja discutido um plano estratégico sobre a área pré-hospitalar e a estabilidade no exercício das funções em todo o dispositivo de socorro", concluiu.
Os enfermeiros vão distribuir comunicados à população para sensibilização do problema, em quatro acções de rua, no Norte, Centro, em Lisboa e no Algarve, além de reuniões com as câmara municipais.
Fonte: Público