Ambulâncias passam a pagar estacionamento no IPO de Lisboa
A partir de hoje, o estacionamento é pago no recinto do Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, após a primeira meia hora. A administração do IPO diz que o objectivo é acabar com o “parqueamento selvagem” e garantir o cumprimento das normas de segurança.
“Ainda bem que não está a chover”, desabafa a vigilante que está à porta do IPO a controlar as entradas para o parque de estacionamento. Mesmo sem chuva, a fila de carros que entupiu durante toda a manhã a estrada que vai desde a Praça de Espanha até à entrada do hospital oncológico causou transtorno a quem se dirigia para as consultas. “Levei 35 minutos a fazer pouco mais de 500 metros”, reclama um bombeiro com a ambulância estacionada à porta do instituto. Como ele, mais de uma dezena de bombeiros pararam hoje as ambulâncias fora do recinto do IPO, recusando-se a pagar pelo estacionamento.
O novo sistema de gestão de estacionamento do IPO entrou hoje em vigor, motivando várias críticas por parte de bombeiros e condutores de ambulâncias. “As corporações já quase não conseguem aguentar os profissionais, o dinheiro mal dá para meter gasóleo nas viaturas e agora ainda nos cobram mais esta despesa”, critica Américo Fernandes, bombeiro de Vendas Novas, que esperava por um doente dentro do recinto, com a ambulância estacionada num dos três parques reservados a estes veículos. “O comandante deu-me ordens para sair sem pagar”, afirma.
A administração do IPO assegura aos utentes 30 minutos de estacionamento gratuito, mas após esse período cobra 0,45 euros pelos primeiros 15 minutos, e 0,25 euros pelas fracções seguintes de 15 minutos. Excepção feita apenas a regimentos de sapadores bombeiros, polícia, funcionários, ministério da Saúde, dadores, agências funerárias, carros camarários, fornecedores e veículos autorizados, como se lê no folheto informativo distribuído aos utentes.
“Quando lemos que os veículos autorizados não pagam, pensámos que as ambulâncias estavam incluídas”, reclama um bombeiro de Óbidos, lembrando que em outros hospitais de Lisboa – como o Hospital de Santa Maria e o Pulido Valente – as ambulâncias também têm de tirar um bilhete para entrar nos parques, mas não pagam à saída.
Administração quer garantir segurança
Em declarações ao PÚBLICO, Manuel de Oliveira, supervisor e coordenador do Secretariado de Gestão de Risco e Segurança do IPO, explica que a implementação do novo sistema de estacionamento se deve à constatação, através de vários simulacros, de que “as forças de socorro externas têm dificuldade em entrar no recinto com meios de combate a incêndios”. Por isso, “a administração quis arranjar uma forma de reduzir o parqueamento selvagem”, esclarece. O objectivo é, também, garantir que os acompanhantes dos doentes têm sempre um local para estacionar quando chegam.
“Depois do parque cheio, as pessoas estacionam os carros em qualquer lugar, até em cima dos jardins, sem que os possamos tirar, uma vez que nem a polícia nem a câmara são responsáveis pelo estacionamento aqui”, lamenta Manuel de Oliveira.
Uma vez que “o parque não poderá aumentar mais”, lembra, a cobrança do estacionamento foi a solução encontrada pela administração, integrada num conjunto de medidas, que vão desde a alteração do modelo de circulação interno à demarcação dos lugares no piso.
“Algumas ambulâncias estão aqui, por vezes, estacionadas abusivamente, à espera dos doentes, porque em outros hospitais têm de pagar, e fazem disto um parque”, lembra o supervisor, explicando que “a taxa é um elemento dissuasor”.
No entanto, o responsável admite que vai estar atento às reclamações, e que nos próximos meses vai apresentá-las à administração para que sejam encontradas alternativas.
Fonte: Público
“Ainda bem que não está a chover”, desabafa a vigilante que está à porta do IPO a controlar as entradas para o parque de estacionamento. Mesmo sem chuva, a fila de carros que entupiu durante toda a manhã a estrada que vai desde a Praça de Espanha até à entrada do hospital oncológico causou transtorno a quem se dirigia para as consultas. “Levei 35 minutos a fazer pouco mais de 500 metros”, reclama um bombeiro com a ambulância estacionada à porta do instituto. Como ele, mais de uma dezena de bombeiros pararam hoje as ambulâncias fora do recinto do IPO, recusando-se a pagar pelo estacionamento.
O novo sistema de gestão de estacionamento do IPO entrou hoje em vigor, motivando várias críticas por parte de bombeiros e condutores de ambulâncias. “As corporações já quase não conseguem aguentar os profissionais, o dinheiro mal dá para meter gasóleo nas viaturas e agora ainda nos cobram mais esta despesa”, critica Américo Fernandes, bombeiro de Vendas Novas, que esperava por um doente dentro do recinto, com a ambulância estacionada num dos três parques reservados a estes veículos. “O comandante deu-me ordens para sair sem pagar”, afirma.
A administração do IPO assegura aos utentes 30 minutos de estacionamento gratuito, mas após esse período cobra 0,45 euros pelos primeiros 15 minutos, e 0,25 euros pelas fracções seguintes de 15 minutos. Excepção feita apenas a regimentos de sapadores bombeiros, polícia, funcionários, ministério da Saúde, dadores, agências funerárias, carros camarários, fornecedores e veículos autorizados, como se lê no folheto informativo distribuído aos utentes.
“Quando lemos que os veículos autorizados não pagam, pensámos que as ambulâncias estavam incluídas”, reclama um bombeiro de Óbidos, lembrando que em outros hospitais de Lisboa – como o Hospital de Santa Maria e o Pulido Valente – as ambulâncias também têm de tirar um bilhete para entrar nos parques, mas não pagam à saída.
Administração quer garantir segurança
Em declarações ao PÚBLICO, Manuel de Oliveira, supervisor e coordenador do Secretariado de Gestão de Risco e Segurança do IPO, explica que a implementação do novo sistema de estacionamento se deve à constatação, através de vários simulacros, de que “as forças de socorro externas têm dificuldade em entrar no recinto com meios de combate a incêndios”. Por isso, “a administração quis arranjar uma forma de reduzir o parqueamento selvagem”, esclarece. O objectivo é, também, garantir que os acompanhantes dos doentes têm sempre um local para estacionar quando chegam.
“Depois do parque cheio, as pessoas estacionam os carros em qualquer lugar, até em cima dos jardins, sem que os possamos tirar, uma vez que nem a polícia nem a câmara são responsáveis pelo estacionamento aqui”, lamenta Manuel de Oliveira.
Uma vez que “o parque não poderá aumentar mais”, lembra, a cobrança do estacionamento foi a solução encontrada pela administração, integrada num conjunto de medidas, que vão desde a alteração do modelo de circulação interno à demarcação dos lugares no piso.
“Algumas ambulâncias estão aqui, por vezes, estacionadas abusivamente, à espera dos doentes, porque em outros hospitais têm de pagar, e fazem disto um parque”, lembra o supervisor, explicando que “a taxa é um elemento dissuasor”.
No entanto, o responsável admite que vai estar atento às reclamações, e que nos próximos meses vai apresentá-las à administração para que sejam encontradas alternativas.
Fonte: Público