Corrida eleitoral a três em Inglaterra
União Europeia, Afeganistão e armas nucleares foram os temas fortes do segundo debate da campanha eleitoral britânica, num frente-a-frente em que os líderes dos dois maiores partidos passaram ao ataque contra Nick Clegg, em alta nas sondagens depois da vitória no primeiro embate.
Sem o efeito surpresa da semana passada (a primeira vez que os líderes dos três partidos se enfrentaram na televisão), as expectativas residiam em saber se o líder dos Liberais Democratas conseguiria manter o momento criado em Manchester. Ontem à noite as sondagens dividiam-se e os analistas concordavam que não houve um vencedor claro, sublinhando que tanto David Cameron, o líder dos conservadores, como o primeiro-ministro trabalhista, Gordon Brown, estiveram melhor num debate muito crispado.
"Foi um debate muito, mas mesmo muito robusto", disse à Reuters Jon Tongue, professor de Política da Universidade de Liverpool, ironizando que "se estivesse um professor na sala teria dito a Cameron e a Brown para deixaram de fazer bullying a Clegg".
"Precisas de cair na real, Nick", disse-lhe Brown referindo-se à proposta dos lib-dem de não renovar o sistema de armas nucleares Trident. "Concordo com o Gordon e esta é uma frase que nunca pensei dizer", acrescentou Cameron. Os dois voltariam a unir-se, mais tarde, para criticar a amnistia aos imigrantes ilegais defendida pelos centristas.
Em contrapartida, Clegg e Brown estiveram na mesma trincheira quando o tema foi a União Europeia, lembrando que no Parlamento Europeu os tories se sentam ao lado da direita radical - "os maluquinhos" na descrição do líder dos lib-dem. A relação de forças inverteu-se quando o debate tocou a missão no Afeganistão, com os dois partidos na oposição a denunciar a falta de equipamentos e de estratégia do actual Governo.
Uma sondagem divulgada minutos depois do fim do debate pelo jornal "Sun" dava Cameron como vencedor (36 por cento face aos 32 de Clegg). Mas o estudo da ITV junto de eleitores que assistiram ao debate atribuía os louros ao líder centrista, com três pontos de vantagem sobre os dois rivais - uma vitória confirmada, por maior margem, no inquérito do Times.
O debate veio confirmar que "esta será uma corrida a três", argumentou Ivor Gaber, professor de Jornalismo Político da City University de Londres, ouvido pela Reuters. Martin Kettle, jornalista do Guardian, concorda, sublinhando que Clegg, sem deslumbrar, "consolidou o seu desempenho" e isso mantém tudo em aberto.
Fonte: Público
Sem o efeito surpresa da semana passada (a primeira vez que os líderes dos três partidos se enfrentaram na televisão), as expectativas residiam em saber se o líder dos Liberais Democratas conseguiria manter o momento criado em Manchester. Ontem à noite as sondagens dividiam-se e os analistas concordavam que não houve um vencedor claro, sublinhando que tanto David Cameron, o líder dos conservadores, como o primeiro-ministro trabalhista, Gordon Brown, estiveram melhor num debate muito crispado.
"Foi um debate muito, mas mesmo muito robusto", disse à Reuters Jon Tongue, professor de Política da Universidade de Liverpool, ironizando que "se estivesse um professor na sala teria dito a Cameron e a Brown para deixaram de fazer bullying a Clegg".
"Precisas de cair na real, Nick", disse-lhe Brown referindo-se à proposta dos lib-dem de não renovar o sistema de armas nucleares Trident. "Concordo com o Gordon e esta é uma frase que nunca pensei dizer", acrescentou Cameron. Os dois voltariam a unir-se, mais tarde, para criticar a amnistia aos imigrantes ilegais defendida pelos centristas.
Em contrapartida, Clegg e Brown estiveram na mesma trincheira quando o tema foi a União Europeia, lembrando que no Parlamento Europeu os tories se sentam ao lado da direita radical - "os maluquinhos" na descrição do líder dos lib-dem. A relação de forças inverteu-se quando o debate tocou a missão no Afeganistão, com os dois partidos na oposição a denunciar a falta de equipamentos e de estratégia do actual Governo.
Uma sondagem divulgada minutos depois do fim do debate pelo jornal "Sun" dava Cameron como vencedor (36 por cento face aos 32 de Clegg). Mas o estudo da ITV junto de eleitores que assistiram ao debate atribuía os louros ao líder centrista, com três pontos de vantagem sobre os dois rivais - uma vitória confirmada, por maior margem, no inquérito do Times.
O debate veio confirmar que "esta será uma corrida a três", argumentou Ivor Gaber, professor de Jornalismo Político da City University de Londres, ouvido pela Reuters. Martin Kettle, jornalista do Guardian, concorda, sublinhando que Clegg, sem deslumbrar, "consolidou o seu desempenho" e isso mantém tudo em aberto.
Fonte: Público