Árvores invadem o Porto



Vinte e oito esculturas em forma de árvores vão “invadir” três locais da cidade do Porto. É a forma que o artista Jorge Curval arranjou para homenagear a União Europeia e também para denunciar os sucessivos desaparecimentos dos espaços verdes nas urbes.

Quem passar, a partir do próximo dia 30, pela Praça do Município, pela Praça do Metro da Trindade e em frente à Casa da Música, no Porto, vai ficar surpreendido com as 28 esculturas de árvores que ali serão colocadas, podendo ser vistas até finais de Setembro.

Trata-se de uma exposição do artista plástico Jorge Curval que aceitou o repto da Câmara do Porto para realizar em três movimentados locais da cidade uma mostra ao ar livre. Curval entendeu, de acordo com o que disse ao JN, que “o melhor tema para trazer à Invicta seria o das árvores”.

Aliás, a sua luta pela preservação dos espaços verdes e consequentemente das árvores não é de agora, uma vez que desenvolve o tema plasticamente há vários anos. Por outro lado, esta mostra, que se designará por “Floresta Europeia”, pretende assinalar os 25 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à Europa, (realizada a 12 de Junho de 1985), daí a concepção em vários materiais de 27 árvores/esculturas, mais uma outra que estará no interior do Gabinete do Munícipe, a que foi dado o nome de “Árvore das Sugestões”.

Estruturas de ferro

De dimensões compreendidas entre os 2,5 e os cinco metros, as esculturas de Jorge Curval assentam em estruturas, em pilares de ferro, criadas com o recurso a materiais como a terra, resina, casca de pinheiro e de sobreiro, ferro, entre muitos outros.

A ideia é, acrescenta Curva,l “trazer, invadir a cidade com árvores” e além de assinalar a adesão à União Europeia, pretende que este trabalho contenha “uma mensagem de alerta, de denúncia e que, na medida do possível, impeça o crescente desaparecimento das zonas verdes”.

Consciente de que a arte que produz não serve unicamente para decorar, Curval insiste no carácter de alerta e para “a necessidade de se preservar um património que é muito importante para todos nós, que são as árvores e as florestas”.Por isso, entendeu trazer para o “coração” da cidade uma temática que considera “imprescindível para o bem-estar das nossas comunidades”.

Para este artista plástico importa conceber uma arte, uma obra que contemple “uma espécie de dupla função e que consiga transmitir todas as emoções, sentimentos e afectos que uma árvore produz “.

Jorge Curval, que nas suas três últimas exposições (nomeadamente a que realizou em 2009, na Galeria JN,) escolheu também a floresta como protagonista , reconhece “que nunca é demais abordar o tema”, garantindo tratar-se de “um projecto em continuidade”.

Para a concepção das peças, Curval foi obrigado a andar de mochila às costas por pinhais e florestas do país, para recolher matéria orgânica.



Fonte: JN


POSTED BY Mari
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