Tobis vai ser privatizada
A Tobis, a mais antiga empresa ligada à produção de cinema em Portugal, vai ser privatizada, anunciou hoje o director do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), durante uma audição da Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura.
José Pedro Ribeiro avançou que o Estado, o maior accionista da Tobis Portuguesa SA, vai alienar a sua participação social na empresa (96,4 por cento).
No final da audição, o director do ICA disse à agência Lusa que a decisão já foi tomada pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
O próximo passo, continuou José Pedro Ribeiro, é a abertura de um concurso público para a venda da participação social do Estado a entidades privadas, para assegurar o futuro da empresa.
Quanto à situação laboral dos 66 trabalhadores da Tobis, José Pedro Ribeiro afirmou que “caberá aos novos accionistas definir o rumo para a empresa e garantir a manutenção dos postos de trabalho”, avaliando, no entanto, que existe um “sobredimensionamento do quadro laboral”.
Apesar da situação ser “difícil, preocupante e complicada”, José Pedro Ribeiro considerou hoje que a Tobis “tem viabilidade”.
“É uma empresa que tem património que lhe permite reestruturar-se e encontrar o seu lugar no mercado. Tenho recebido vários contactos no sentido de que estarão potencialmente interessados em adquirir a participação. Conheço o mercado e reconheço que há potencialidades”, disse. As razões para o Estado alienar a sua participação prendem-se ainda com questões de falta de dinheiro.
“O orçamento do ICA tem tido uma diminuição, a capacidade financeira tem sido limitada e as inspecções que têm sido feitas sugerem que o ICA deve alienar a sua participação social na Tobis”, disse, sem adiantar quando é que será desencadeado o processo de privatização da empresa.
Quanto ao catálogo de filmes produzidos há várias décadas na Tobis - que até aos anos 1960 foi uma importante produtora do cinema português - José Pedro Ribeiro referiu que estão salvaguardados e que são um dos “activos da empresa”, assim como os laboratórios de revelação.
O director do ICA foi ouvido no Parlamento dias antes da reunião do conselho de administração da Tobis, marcada para segunda-feira, e da qual poderia sair a solução para o futuro dos estúdios.
Hugo Leitão, técnico de som e representante sindical dos 66 trabalhadores da empresa disse ao PÚBLICO há duas semanas que este ano já ocorreram atrasos no pagamento de salários e estimava que passivo da Tobis possa chegar aos cinco milhões de euros no final de 2010. O ICA não confirmou o montante ao PÚBLICO mas avançou que em 2009 o instituto canalizou para a Tobis "um suprimento de um milhão de euros" para o equilíbrio das contas e que este ano já foram canalizadas para os estúdios mais 166 mil euros para garantir o pagamento de salários.
Na assembleia geral de 28 de Junho poderá decidir-se o futuro da empresa, a cuja administração foi pedido um plano de reestruturação no final do ano passado.
A ministra da Cultura expressou já a sua preocupação perante a crise da Tobis e associou-a aos problemas de financiamento do sector audiovisual, cuja legislação base está agora a ser revista pela tutela. Os problemas da Tobis passam pelo menor volume de trabalho, dívidas de clientes e desadequação técnica.
Fonte: Público
José Pedro Ribeiro avançou que o Estado, o maior accionista da Tobis Portuguesa SA, vai alienar a sua participação social na empresa (96,4 por cento).
No final da audição, o director do ICA disse à agência Lusa que a decisão já foi tomada pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
O próximo passo, continuou José Pedro Ribeiro, é a abertura de um concurso público para a venda da participação social do Estado a entidades privadas, para assegurar o futuro da empresa.
Quanto à situação laboral dos 66 trabalhadores da Tobis, José Pedro Ribeiro afirmou que “caberá aos novos accionistas definir o rumo para a empresa e garantir a manutenção dos postos de trabalho”, avaliando, no entanto, que existe um “sobredimensionamento do quadro laboral”.
Apesar da situação ser “difícil, preocupante e complicada”, José Pedro Ribeiro considerou hoje que a Tobis “tem viabilidade”.
“É uma empresa que tem património que lhe permite reestruturar-se e encontrar o seu lugar no mercado. Tenho recebido vários contactos no sentido de que estarão potencialmente interessados em adquirir a participação. Conheço o mercado e reconheço que há potencialidades”, disse. As razões para o Estado alienar a sua participação prendem-se ainda com questões de falta de dinheiro.
“O orçamento do ICA tem tido uma diminuição, a capacidade financeira tem sido limitada e as inspecções que têm sido feitas sugerem que o ICA deve alienar a sua participação social na Tobis”, disse, sem adiantar quando é que será desencadeado o processo de privatização da empresa.
Quanto ao catálogo de filmes produzidos há várias décadas na Tobis - que até aos anos 1960 foi uma importante produtora do cinema português - José Pedro Ribeiro referiu que estão salvaguardados e que são um dos “activos da empresa”, assim como os laboratórios de revelação.
O director do ICA foi ouvido no Parlamento dias antes da reunião do conselho de administração da Tobis, marcada para segunda-feira, e da qual poderia sair a solução para o futuro dos estúdios.
Hugo Leitão, técnico de som e representante sindical dos 66 trabalhadores da empresa disse ao PÚBLICO há duas semanas que este ano já ocorreram atrasos no pagamento de salários e estimava que passivo da Tobis possa chegar aos cinco milhões de euros no final de 2010. O ICA não confirmou o montante ao PÚBLICO mas avançou que em 2009 o instituto canalizou para a Tobis "um suprimento de um milhão de euros" para o equilíbrio das contas e que este ano já foram canalizadas para os estúdios mais 166 mil euros para garantir o pagamento de salários.
Na assembleia geral de 28 de Junho poderá decidir-se o futuro da empresa, a cuja administração foi pedido um plano de reestruturação no final do ano passado.
A ministra da Cultura expressou já a sua preocupação perante a crise da Tobis e associou-a aos problemas de financiamento do sector audiovisual, cuja legislação base está agora a ser revista pela tutela. Os problemas da Tobis passam pelo menor volume de trabalho, dívidas de clientes e desadequação técnica.
Fonte: Público