O adeus aos 9 anos de Shrek



Prepare os lenços e ensaie as explicações a dar aos mais pequenos quando perguntarem: e o Shrek? O ogre menos perigoso do reino morreu...para o cinema. O estrelato já não o seduz e o monstro verde anunciou que "Shrek Para Sempre", que estreia hoje, é o último da saga. O Gato das Botas é a próxima grande estrela.

Ogre malcheiroso, de rugido forte e anti- -social quanto baste. Marido amoroso e pai dedicado. Orgulhoso proprietário de um pântano e amigo do Burro. O seu desaparecimento será sentido por todos.

Não tenha vergonha se uma lágrima saltar: afinal esta vai ser a última vez que verá este ogre no grande ecrã. Shrek morreu para o cinema e com ele Fiona e o Burro. Para trás ficam quatro filmes em nove anos, um reino a seus pés, respeito conquistado, preconceitos postos de lado e uma série de filhos tão verdes quanto ele.

Shrek nasceu em 2001 e já garantiu à Dreamworks dois mil milhões de euros em receitas. As vozes de Mike Meyers (Shrek), Cameron Diaz (Fiona) e Eddie Murphy (Burro) contribuíram para o sucesso do filme. Assim que surgiu, arrebatou um Óscar para Melhor Filme de Animação, bem como um lugar no Festival de Cannes, competindo pela Palma de Ouro como nunca nenhum desenho animado tinha feito. Ser Shrek era ser cool. Verde passou a ser a cor da moda e o ogre já é tão conhecido como o Rato Mickey. Se Andy Warhol fosse vivo, certamente já teria pintado Shrek de várias cores. O ogre era uma rock star e sabia disso.

Declaração de óbito "Shrek para sempre" estreia hoje (em 3D e versão normal para quem não gosta de usar os óculos pretos) e é o quarto e último filme da saga - segundo os seus criadores mas tendo em mente que a Dreamworks pode mudar de ideias - que mostra um ogre saudoso dos seus tempos áureos de vilanagem. Shrek sente falta de assustar o povo impressionável. Farto de ser apaparicado e admirado por todos e cansado de rabiscar autógrafos em forquilhas de agricultores que outrora o perseguiam, e entregue a uma vida acomodada de pai e marido a tempo inteiro, Shrek quer mais. Acaba por desabafar as suas angústias a Rumpelstiltskin, um duende falinhas mansas com poderes mágicos que o convence a assinar um documento que vai mudar a sua vida para sempre. E em menos de um segundo acaba-se o sossego. O reino fica de pernas para o ar, os ogres tornam a ser perseguidos por humanos em fúria, o duende malvado torna-se rei, Fiona não é casada com Shrek e nem sequer o conhece, o que o deixa de coração partido. O Gato das Botas está gordo e muito pouco ágil, ao ponto de nem conseguir, enfim, tomar banho, pedindo ajuda ao Burro, que nega veementemente. Todos sabemos como é que os gatos se lavam, não é assim? A partir daí a aventura começa e Shrek percebe que cometeu um erro. Só quer Fiona de volta a seus braços e a vida calma e pacífica de outros tempos. E no final da história... Shrek diz adeus. Para sempre.

O legado Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen decidiram que era tempo de criar um novo estúdio em Hollywood. Estávamos em 1994 e Katzenberg, responsável por sucessos como "O Rei Leão" ou "A Pequena Sereia", tinha sido despedido da Disney. Experiente no mundo da animação, percebeu o potencial de Shrek e não hesitou em explorá-lo. Dois mil milhões de euros depois, os estúdios "matam" Shrek mas não abandonam todos os personagens à sua sorte. Este poderá ser o início do reinado do Gato das Botas, que em Novembro de 2011 se estreia como protagonista. "Puss in Boots" é o nome do filme que conta com a voz de Antonio Banderas, como não podia deixar de ser, enquanto o gato ora capaz de derreter corações empedernidos com olhar, ora sedutor latino, ora perigoso felino de garras afiadas e com Salma Hayek como Kitty, sua companheira de aventuras. A história remonta ao passado do gato, antes de conhecer Shrek, para que não haja memórias do ogre verde nem do Burro. E se em Shrek circulavam personagens populares de outras histórias, como Pinóquio ou os Três Porquinhos, em "Puss in Boots" a receita repete-se, desta vez com a ajuda de Humpty Dumpty, personagem de "Alice no País das Maravilhas".





Fonte: ionline

POSTED BY Joana Vieira
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