Espanha ou Alemanha
Retrato fiel do Barcelona de Guardiola, a selecção espanhola está ainda longe de reproduzir na África do Sul um dos princípios basilares do sucesso da equipa catalã: a veia goleadora. Este tem sido um fundamento exclusivo de outra equipa europeia, candidata improvável ao estatuto de matador-mor no extremo meridional africano. Precisamente a Alemanha, com quem irá discutir esta noite o lugar na final com a Holanda. No total, apontou 13 golos em cinco encontros, numa média de 2,6 por partida. Mais do dobro da formação ibérica (6).
Pode teorizar-se que a ausência de Messi, peça fundamental do xadrez do Barcelona, restringe a contabilidade da "Furia" espanhola, mas a julgar pela conta pessoal do jovem argentino no Mundial, de onde saiu sem qualquer golo na carteira, dir-se-ia que existe uma dependência recíproca entre o avançado e a sua casa adoptiva espanhola. Mesmo sem Messi, e apesar do registo relativamente modesto do adversário nas redes contrárias, o seleccionador alemão não desvaloriza o potencial da equipa de Del Bosque, apontada no arranque do torneio como um dos principais candidatos à conquista de um inédito Mundial.
"A Espanha é uma equipa muito bem trabalhada, com jogadores do Real Madrid e do Barcelona, muito completa. Para mim, é favorita. Não tem um Messi, tem vários. Além disso, comete poucos erros", salientou Joachim Löw na antecipação da meia-final. Para o treinador, o segredo da vitória poderá passar pelo talento das duas equipas no centro do terreno: "No duelo entre Xavi e Iniesta e Schweinsteiger e Khedira pode estar a chave da partida."
Sólidas têm estado as duas formações no capítulo defensivo, tendo sofrido apenas dois golos cada. Um dos quais originou a surpreendente derrota que cada uma das selecções ostenta no currículo sul-africano: os espanhóis na primeira jornada da fase de grupos, frente à Suíça; os alemães na segunda ronda com a Sérvia.
"Este vai ser um encontro equilibrado, de posses largas [de bola]. Eles [Alemanha] têm um bom contra-ataque, elaboração, uma boa defesa e boas individualidades", analisou Vicente Del Bosque, sintetizando: "Somos duas equipas diferentes. Eles são mais directos e verticais e nós elaboramos mais. Têm jogadores de muita qualidade, como Lahm, Schweinsteiger, Klose, Özil..., que marcam a diferença. Há um bom trabalho feito desde a base."
Elogios de Beckenbauer
Unânime é que a Mannschaft de Löw foge ao estereótipo do futebol germânico, como já admitiu Franz Beckenbauer. "A Alemanha nunca jogou desta maneira, está a surpreender toda a gente. Tem agora boas hipóteses de vencer o Mundial. Löw teve a coragem de dar oportunidades aos mais novos", sublinhou o antigo "capitão" e ex-seleccionador, considerado o melhor jogador alemão de sempre.
Apesar do favoritismo espanhol nas vésperas do Mundial, a derrota na estreia contra a Suíça acabou por moderar o entusiasmo, com a equipa a ser obrigada a acautelar-se na fase de grupos para garantir o apuramento na derradeira jornada. O mesmo aconteceu à Alemanha, que entrou de rompante na prova, com uma goleada frente à Austrália. Os sérvios travaram a máquina ofensiva, apesar da grande exibição dos homens de Löw.
Se os espanhóis continuaram sem deslumbrar na fase seguinte, com vitórias por 1-0 nos jogos com Portugal e Paraguai, os alemães provaram frente a rivais fortes que eram um óbvio candidato à final de Joanesburgo, no dia 11. Duas inesperadas goleadas arrumaram definitivamente os sonhos da Inglaterra (4-1) e Argentina (4-0), duas selecções bem cotadas para saírem vitoriosas da África do Sul. E tudo isto sem a estrela maior da companhia, Michael Ballack, que se lesionou ao serviço do Chelsea.
Fonte: Público
Pode teorizar-se que a ausência de Messi, peça fundamental do xadrez do Barcelona, restringe a contabilidade da "Furia" espanhola, mas a julgar pela conta pessoal do jovem argentino no Mundial, de onde saiu sem qualquer golo na carteira, dir-se-ia que existe uma dependência recíproca entre o avançado e a sua casa adoptiva espanhola. Mesmo sem Messi, e apesar do registo relativamente modesto do adversário nas redes contrárias, o seleccionador alemão não desvaloriza o potencial da equipa de Del Bosque, apontada no arranque do torneio como um dos principais candidatos à conquista de um inédito Mundial.
"A Espanha é uma equipa muito bem trabalhada, com jogadores do Real Madrid e do Barcelona, muito completa. Para mim, é favorita. Não tem um Messi, tem vários. Além disso, comete poucos erros", salientou Joachim Löw na antecipação da meia-final. Para o treinador, o segredo da vitória poderá passar pelo talento das duas equipas no centro do terreno: "No duelo entre Xavi e Iniesta e Schweinsteiger e Khedira pode estar a chave da partida."
Sólidas têm estado as duas formações no capítulo defensivo, tendo sofrido apenas dois golos cada. Um dos quais originou a surpreendente derrota que cada uma das selecções ostenta no currículo sul-africano: os espanhóis na primeira jornada da fase de grupos, frente à Suíça; os alemães na segunda ronda com a Sérvia.
"Este vai ser um encontro equilibrado, de posses largas [de bola]. Eles [Alemanha] têm um bom contra-ataque, elaboração, uma boa defesa e boas individualidades", analisou Vicente Del Bosque, sintetizando: "Somos duas equipas diferentes. Eles são mais directos e verticais e nós elaboramos mais. Têm jogadores de muita qualidade, como Lahm, Schweinsteiger, Klose, Özil..., que marcam a diferença. Há um bom trabalho feito desde a base."
Elogios de Beckenbauer
Unânime é que a Mannschaft de Löw foge ao estereótipo do futebol germânico, como já admitiu Franz Beckenbauer. "A Alemanha nunca jogou desta maneira, está a surpreender toda a gente. Tem agora boas hipóteses de vencer o Mundial. Löw teve a coragem de dar oportunidades aos mais novos", sublinhou o antigo "capitão" e ex-seleccionador, considerado o melhor jogador alemão de sempre.
Apesar do favoritismo espanhol nas vésperas do Mundial, a derrota na estreia contra a Suíça acabou por moderar o entusiasmo, com a equipa a ser obrigada a acautelar-se na fase de grupos para garantir o apuramento na derradeira jornada. O mesmo aconteceu à Alemanha, que entrou de rompante na prova, com uma goleada frente à Austrália. Os sérvios travaram a máquina ofensiva, apesar da grande exibição dos homens de Löw.
Se os espanhóis continuaram sem deslumbrar na fase seguinte, com vitórias por 1-0 nos jogos com Portugal e Paraguai, os alemães provaram frente a rivais fortes que eram um óbvio candidato à final de Joanesburgo, no dia 11. Duas inesperadas goleadas arrumaram definitivamente os sonhos da Inglaterra (4-1) e Argentina (4-0), duas selecções bem cotadas para saírem vitoriosas da África do Sul. E tudo isto sem a estrela maior da companhia, Michael Ballack, que se lesionou ao serviço do Chelsea.
Fonte: Público