BES Photo abre-se aos artistas lusófonos


À sétima edição, o Prémio BES Photo abre-se aos artistas de expressão portuguesa também no Brasil e em África. Para este salto no sentido da internacionalização, ao Banco Espírito Santo e ao Museu Colecção Berardo, que lançaram a iniciativa em 2004, associa-se agora a Pinacoteca de São Paulo, instituição que acolherá já a exposição relativa ao prémio do próximo ano, entre Julho e Agosto, após a sua realização no Museu Berardo, em Lisboa (Março a Junho).

O prémio terá também um aumento no seu valor pecuniário – de 25 mil para 40 mil euros.

Para a primeira edição desta nova etapa do BES Photo foi já anunciada a constituição do júri, que em Setembro fará a selecção dos três a cinco artistas que serão convidados a apresentar os seus trabalhos, em Lisboa e em São Paulo: o curador, crítico de arte e professor Delfim Sardo, por Portugal; a curadora e fundadora-directora do Centro de Arte Contemporânea de Lagos, na Nigéria, por África; e o curador e crítico de arte Ivo Mesquita, pelo Brasil.

Caberá a estes jurados avaliar e seleccionar os candidatos a partir de exposições e/ou edições realizadas em suporte fotográfico durante o período de um ano imediatamente anterior ao da reunião do júri – a próxima está já agendada para o dia 7 de Setembro.

Jean-François Chougnet, director do Museu Berardo, explica que a aposta na internacionalização do prémio estava já a ser equacionada com o BES desde há dois anos. “Pareceu-nos que agora é o bom momento para este salto”, diz Chougnet, acrescentando que ele surge “naturalmente”, depois de o prémio ser ter consolidado em Portugal. Além disso, “os júris das últimas edições já começavam a sentir alguma dificuldade nas suas escolhas, já que o painel dos artistas portugueses começava a reduzir-se e a ficar limitado”, explica o director do Museu Berardo.

A parceria com a Pinacoteca de São Paulo surgiu também aos fundadores do BES Photo como “natural”, visto tratar-se de uma instituição de referência no meio artístico “e uma equipa muito profissional no seu trabalho”, nota Chougnet.

Já a presença no júri de um membro não lusófono foi também justificada pelo director francês como uma forma de “assegurar algum distanciamento” perante o panorama da criação africana lusófona na arte da fotografia que é ainda bastante reduzida, em Angola como nos outros países de expressão portuguesa.

Os promotores do Prémio BES Photo admitem que, no futuro, este possa abrir-se a todo o espaço lusófono, além de África e do Brasil.

O prémio teve como primeira vencedora, em 2004, Helena Almeida; seguiram-se José Luís Neto, Daniel Blaufuks, Miguel Soares, Edgar Martins e Filipa César.




Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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