Queiroz alvo de novo processo
O conselho de disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) reúne-se nesta quinta-feira de manhã para decidir o processo aberto a Carlos Queiroz e deverá ilibar o seleccionador nacional da acusação de perturbar o controlo antidoping, mas puni-lo por injúrias, apurou o PÚBLICO junto de fontes ligadas ao processo.
Uma suspensão por um mês, o mínimo previsto no regulamento disciplinar para ofensas à reputação, era ontem dada como o castigo mais provável, embora só esta manhã a proposta de acórdão seja votada.
O processo disciplinar aberto a Queiroz por palavras proferidas durante a visita de uma brigada antidopagem ao estágio da selecção, a 16 de Maio, inclui duas acusações. Uma é a perturbação de um controlo antidoping, o que à luz da Lei 27/2009 é punida com uma suspensão de dois a quatro anos. A segunda passa por injúrias e ofensas à reputação, punidas pelo regulamento disciplinar da FPF com uma suspensão de um mês a um ano e coima de 1000 a 2000 euros.
Quanto à primeira acusação, Queiroz deverá ser ilibado, já que os factos e testemunhos recolhidos permitem concluir que o controlo antidoping decorreu dentro dos padrões da normalidade — até Luís Horta, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (Adop) e visado por algumas das frases do seleccionador, o terá admitido.
O conselho de disciplina deverá, assim, arquivar esta acusação, sem pedir qualquer parecer prévio à Adop, e notificando esta entidade — a Adop, no entanto, tem o direito de avocar o processo e alterar a decisão. Se o fizer, antevê-se uma batalha jurídica, visto que os advogados do seleccionador já garantiram que vão contestar uma interferência da Adop neste processo.
Já quanto à segunda acusação, o sentido da decisão deverá ser diferente. Na reunião de anteontem, em que houve uma primeira discussão sobre o processo e foi escolhido o relator que elaborou a proposta de decisão (João Reis), a maioria dos conselheiros defendeu que as palavras conferidas por Queiroz configuram uma ofensa à reputação. Subsistiam só dúvidas quanto a questões formais levantadas pela defesa (que, a serem aceites, levariam ao arquivamento do processo) e também, em caso de condenação, sobre a medida da pena a aplicar.
Embora teoricamente exista a possibilidade de atenuar a pena, o cenário mais provável era ontem o da aplicação da sanção mínima de um mês de suspensão. Isso implicaria a ausência de Queiroz nos primeiros dois jogos da qualificação para o Euro 2012, frente a Chipre (3 de Setembro) e Noruega (7) — a decisão do CD é passível de apelo para o conselho de justiça, mas o recurso não tem efeitos suspensivos.
Queiroz surpreendido
Confrontado pela Lusa com a notícia avançada pela TVI e pelo PÚBLICO, Carlos Queiroz respondeu que “deve ser um rumor”: “Não quero parecer ingénuo, mas se a reunião do CD é só amanhã [esta quinta-feira], como é que o castigo já é conhecido hoje [ontem]? Que eu saiba, os tribunais não tomam decisões antes de reunirem para decidir, não é assim que as coisas funcionam?”, criticou o técnico.
Tal como na reunião da última terça-feira, em que o CD distribuiu o processo e fez uma primeira discussão sobre o caso, na reunião de hoje deverão estar presentes os sete elementos do CD, embora o presidente do órgão, Arnaldo Marques da Silva, não vote, porque teve intervenção no processo — foi ele que ouviu Carlos Queiroz. Os outros seis são a vice-presidente Luísa Pereira e os vogais Carlos Afonso, Pedro Paes Amaral, João Reis, Vítor Carvalho e Domingos Cordeiro.
Após a decisão do CD, a direcção da FPF reúne-se, a partir das 17h30, para analisar as conclusões do processo disciplinar.
Fonte: Público
Uma suspensão por um mês, o mínimo previsto no regulamento disciplinar para ofensas à reputação, era ontem dada como o castigo mais provável, embora só esta manhã a proposta de acórdão seja votada.
O processo disciplinar aberto a Queiroz por palavras proferidas durante a visita de uma brigada antidopagem ao estágio da selecção, a 16 de Maio, inclui duas acusações. Uma é a perturbação de um controlo antidoping, o que à luz da Lei 27/2009 é punida com uma suspensão de dois a quatro anos. A segunda passa por injúrias e ofensas à reputação, punidas pelo regulamento disciplinar da FPF com uma suspensão de um mês a um ano e coima de 1000 a 2000 euros.
Quanto à primeira acusação, Queiroz deverá ser ilibado, já que os factos e testemunhos recolhidos permitem concluir que o controlo antidoping decorreu dentro dos padrões da normalidade — até Luís Horta, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (Adop) e visado por algumas das frases do seleccionador, o terá admitido.
O conselho de disciplina deverá, assim, arquivar esta acusação, sem pedir qualquer parecer prévio à Adop, e notificando esta entidade — a Adop, no entanto, tem o direito de avocar o processo e alterar a decisão. Se o fizer, antevê-se uma batalha jurídica, visto que os advogados do seleccionador já garantiram que vão contestar uma interferência da Adop neste processo.
Já quanto à segunda acusação, o sentido da decisão deverá ser diferente. Na reunião de anteontem, em que houve uma primeira discussão sobre o processo e foi escolhido o relator que elaborou a proposta de decisão (João Reis), a maioria dos conselheiros defendeu que as palavras conferidas por Queiroz configuram uma ofensa à reputação. Subsistiam só dúvidas quanto a questões formais levantadas pela defesa (que, a serem aceites, levariam ao arquivamento do processo) e também, em caso de condenação, sobre a medida da pena a aplicar.
Embora teoricamente exista a possibilidade de atenuar a pena, o cenário mais provável era ontem o da aplicação da sanção mínima de um mês de suspensão. Isso implicaria a ausência de Queiroz nos primeiros dois jogos da qualificação para o Euro 2012, frente a Chipre (3 de Setembro) e Noruega (7) — a decisão do CD é passível de apelo para o conselho de justiça, mas o recurso não tem efeitos suspensivos.
Queiroz surpreendido
Confrontado pela Lusa com a notícia avançada pela TVI e pelo PÚBLICO, Carlos Queiroz respondeu que “deve ser um rumor”: “Não quero parecer ingénuo, mas se a reunião do CD é só amanhã [esta quinta-feira], como é que o castigo já é conhecido hoje [ontem]? Que eu saiba, os tribunais não tomam decisões antes de reunirem para decidir, não é assim que as coisas funcionam?”, criticou o técnico.
Tal como na reunião da última terça-feira, em que o CD distribuiu o processo e fez uma primeira discussão sobre o caso, na reunião de hoje deverão estar presentes os sete elementos do CD, embora o presidente do órgão, Arnaldo Marques da Silva, não vote, porque teve intervenção no processo — foi ele que ouviu Carlos Queiroz. Os outros seis são a vice-presidente Luísa Pereira e os vogais Carlos Afonso, Pedro Paes Amaral, João Reis, Vítor Carvalho e Domingos Cordeiro.
Após a decisão do CD, a direcção da FPF reúne-se, a partir das 17h30, para analisar as conclusões do processo disciplinar.
Fonte: Público