'Castelos Na Areia' é o fim dos Madredeus


“Castelos Na Areia”, o terceiro álbum dos Madredeus desde a sua reformulação em 2008, quando se passaram a ser designados por Madredeus & A Banda Cósmica, será também o último do grupo. A decisão foi anunciada em comunicado emitido hoje pelo grupo.

O ponto final na carreira de uma das mais marcantes bandas portuguesas das últimas três décadas é justificado no comunicado com a ausência de meios para continuar: “Os concertos não abundam, a rádio e televisão pouco arriscam na divulgação deste tipo de música e a venda de CD’s é completamente irrisória”, lê-se no comunicado, citado pela Lusa.

O último álbum dos Madredeus tem edição marcada para a próxima segunda-feira e foi gravado nos estúdios do teclista Carlos Maria Trindade, no Alentejo. Completa a trilogia iniciada com “Metafonia” e continuada em “Nova Aurora”, os álbuns que revelaram a nova direcção do grupo após a saída de Teresa Salgueiro.

Sob a direcção de Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade, o grupo electrificou-se e aproximou-se de uma linguagem musical apropriada à apresentação em grandes espaços, passando a ser formado, para além de Ayres Magalhães e Maria Trindade, pelo guitarrista Sérgio Zurawski, pelo baixista Gustavo Roriz, pelo percussionista Ruca Rebordão, pela harpista Ana Isabel Dias, o baterista Babi Bergamini e o violinista Jorge Varrecoso. Na posição de vocalista, os Madredeus passaram a apresentar as vozes de Mariana Abrunheiro e Rita Damásio.

Formados em 1985, os Madredeus foram pioneiros esteticamente, explorando uma matriz portuguesa moderna, mas afastada das predominantes linguagens pop. Tornar-se-iam também a primeira banda portuguesa a conseguir um verdadeiro percurso internacional, esgotando concertos em todo o mundo e vendendo, durante o seu percurso, cerca de três milhões de álbuns.

Os fundadores Pedro Ayres Magalhães, Rodrigo Leão, Gabriel Gomes, Teresa Salgueiro e o recentemente falecido Francisco Ribeiro, seriam responsáveis por álbuns de destaque, como “Existir” ou “O Espírito da Paz”. A saída, em meados da década de 1990, de Gabriel Gomes, Rodrigo Leão e Francisco Ribeiro, não alteraria o protagonismo da banda que, após a entrada de Carlos Maria Trindade, Fernando Júdice e José Peixoto, gravaria “O Paraíso” ou “Um Amor Infinito”.

Em 2007, o anúncio da saída de Teresa Salgueiro, Fernando Júdice e José Peixoto levou muitos a prenunciar o fim da banda. Em vez dele, assistimos a um último recomeço, no formato Madredeus & Banda Cósmica que agora anuncia a sua despedida.




Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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