Dilma e Serra na segunda volta
Foi devido à votação em Marina Silva que Dilma Rousseff não conseguiu ser ontem eleita presidente do Brasil. Com 19,34 por cento, bem acima das sondagens, Marina tirou a maioria absoluta a Dilma, que ficou bem abaixo das sondagens, com 46,89. A candidata escolhida por Lula vai assim disputar a segunda volta dia 31 de Outubro com José Serra, que ficou em segundo lugar, com 33,10 por cento.
O objectivo de Marina era quebrar a lógica de plebiscito, de uma vitória de Dilma à partida, e conseguir levar a eleição para a segunda volta. Portanto, mesmo não sendo ela a passar, sai ganhadora, com um quinto dos votos brasileiros. Foi “a grande vencedora da noite, sem sombra de dúvida”, resumiu ao PÚBLICO a analista Renato Lo Prete, da Folha de São Paulo.
E tanto Serra como Dilma terão todo o interesse em conseguir captar esse capital político de Marina - quase 20 milhões de votos - na segunda volta.
Na sua sede de campanha, ontem à noite (madrugada em Lisboa), num clima de grande emoção, e visivelmente feliz, apesar de não ter voz, Marina recusou-se a optar por Serra ou Dilma a partir daqui, insistindo que essas precipitações são próprias da “velha política”.
Dentro do seu partido, o PV, houve sinais de possível apoio a Serra.
“O que vamos fazer é um processo”, anunciou Marina. “O partido vai ter de fazer uma discussão nas suas instâncias, e por respeito a quem fez aliança connosco. Estimular uma espécie de plenário com os núcleos vivos da sociedade que nos apoiaram. Mas o mais importante é que já contribuímos para que o Brasil tivesse um segundo turno.”
A expressiva votação de Marina teve ainda um factor importante, sublinha Renata Lo Prete: “Existe uma ideia muito difundida nas eleições aqui, segundo a qual os candidatos com um arco pequeno de partidos murcham na votação, porque têm tempo reduzido de TV.” O tempo tem a ver com a quantidade de partidos numa coligação. “A própria campanha de Dilma esperava que Marina fosse encolher. Mas a Marina conseguiu essa votação impressionante tendo um tempo de TV muito inferior à de Dilma e Serra.”
Agora, crê Lo Prete, no PT já deve haver gente interessada em fazer a ponte com Marina. Mas quando Marina estava no PT, e foi ministra de Lula ao lado de Dilma, as duas iniciaram uma “relação péssima”, que se mantém.
Para Marina, não vai ser um problema fácil de resolver: apoiar Serra ou Dilma, e conjugar isso com os desejos do PV.
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O objectivo de Marina era quebrar a lógica de plebiscito, de uma vitória de Dilma à partida, e conseguir levar a eleição para a segunda volta. Portanto, mesmo não sendo ela a passar, sai ganhadora, com um quinto dos votos brasileiros. Foi “a grande vencedora da noite, sem sombra de dúvida”, resumiu ao PÚBLICO a analista Renato Lo Prete, da Folha de São Paulo.
E tanto Serra como Dilma terão todo o interesse em conseguir captar esse capital político de Marina - quase 20 milhões de votos - na segunda volta.
Na sua sede de campanha, ontem à noite (madrugada em Lisboa), num clima de grande emoção, e visivelmente feliz, apesar de não ter voz, Marina recusou-se a optar por Serra ou Dilma a partir daqui, insistindo que essas precipitações são próprias da “velha política”.
Dentro do seu partido, o PV, houve sinais de possível apoio a Serra.
“O que vamos fazer é um processo”, anunciou Marina. “O partido vai ter de fazer uma discussão nas suas instâncias, e por respeito a quem fez aliança connosco. Estimular uma espécie de plenário com os núcleos vivos da sociedade que nos apoiaram. Mas o mais importante é que já contribuímos para que o Brasil tivesse um segundo turno.”
A expressiva votação de Marina teve ainda um factor importante, sublinha Renata Lo Prete: “Existe uma ideia muito difundida nas eleições aqui, segundo a qual os candidatos com um arco pequeno de partidos murcham na votação, porque têm tempo reduzido de TV.” O tempo tem a ver com a quantidade de partidos numa coligação. “A própria campanha de Dilma esperava que Marina fosse encolher. Mas a Marina conseguiu essa votação impressionante tendo um tempo de TV muito inferior à de Dilma e Serra.”
Agora, crê Lo Prete, no PT já deve haver gente interessada em fazer a ponte com Marina. Mas quando Marina estava no PT, e foi ministra de Lula ao lado de Dilma, as duas iniciaram uma “relação péssima”, que se mantém.
Para Marina, não vai ser um problema fácil de resolver: apoiar Serra ou Dilma, e conjugar isso com os desejos do PV.
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