Videojogos sabem jogar com a crise
Os videojogos sociais, criados para serem jogados com a família ou com grupos de amigos, têm sido a aposta das empresas para fazer crescer o mercado.
Os tempos são de poupança em Portugal, mas as vendas de videojogos conseguiram crescer ao longo de 2010 e as marcas esperam mesmo que esta seja uma época natalícia melhor do que a do ano passado. A crise até é vista no sector como uma oportunidade, já que os jogos podem ser um substituto para formas mais caras de entretenimento.
Segundo números dados ao PÚBLICO pela empresa de análises de mercado GfK, a facturação do sector dos videojogos cresceu, nos primeiros nove meses de 2010, cerca de 2,3 milhões de euros em relação a 2009, atingindo um valor próximo dos 60,5 milhões. Por comparação, e segundo um estudo, também da GfK, divulgado esta semana, o mercado dos produtos de electrónica de consumo apresentava, nos números do terceiro trimestre deste ano, uma queda a rondar os dez por cento.
"Apesar de o resto do mercado estar a ser afectado, o sector do entretenimento não está", analisa Sara Fernandes, gestora de produto em Portugal da XBox, a consola da Microsoft. "As pessoas acabam por comprar produtos que permitem a todos na família estarem dentro de casa. É uma alternativa a sair. A longo prazo, é mais económico."
A XBox lançou no mês passado o sistema de controlo Kinect, que permite jogar sem qualquer comando, uma aposta da marca para tentar uma maior penetração no mercado dos jogos sociais - ou seja, jogos que não exigem uma grande aprendizagem e que podem ser rapidamente jogados com a família ou um grupo de amigos. "Os jogos de karaoke vendem imenso na passagem de ano", exemplifica Sara Fernandes.
Nélson Calvinho, da subsidiária portuguesa da Nintendo, é da mesma opinião. "Os jogos são mais caros [do que outras formas de entretenimento, como o cinema], mas é possível usufruir deles durante mais tempo".
Com a XBox e a PlayStation (a consola da Sony, que, no atípico mercado português, é há muito a líder do sector) a serem as preferidas dos chamados jogadores hardcore - tipicamente, os jovens do sexo masculino que passam muitas horas a jogar -, a Nintendo é vista como destinada quase exclusivamente aos jogos familiares e infantis. E os best-sellers da marca são um espelho desta estratégia. Na lista de jogos mais vendidos para a Wii em Portugal estão, para além do clássico Super Mário, um jogo de ginástica (em que o jogador tem de fazer exercício físico) e o Wii Party, um pacote de jogos concebidos para o convívio entre amigos.
Também do lado da PlayStation a crise não traz preocupações. "Estamos optimistas quanto aos resultados deste ano", garante o gestor de vendas da Sony Entertaiment Portugal, lembrando não apenas que o mercado dos videojogos cresce em todo o mundo, mas ainda que, no ano passado, Portugal foi o país europeu onde se registou uma maior subida.
Com o mercado dos jogadores hardcore já com pouca margem para crescimento, é precisamente nos jogos sociais que as marcas têm visto mais potencial de expansão. E, em Portugal, este género de jogos é mais importante, nota Gonçalo Fialho. "Os países mais ao norte da Europa são mais de hardcore gamers, enquanto os países mais a sul da Europa são mais adeptos de entretenimento familiar. Em Portugal, isso ainda se sente mais do que em Espanha ou em Itália."
Fonte: Público
Os tempos são de poupança em Portugal, mas as vendas de videojogos conseguiram crescer ao longo de 2010 e as marcas esperam mesmo que esta seja uma época natalícia melhor do que a do ano passado. A crise até é vista no sector como uma oportunidade, já que os jogos podem ser um substituto para formas mais caras de entretenimento.
Segundo números dados ao PÚBLICO pela empresa de análises de mercado GfK, a facturação do sector dos videojogos cresceu, nos primeiros nove meses de 2010, cerca de 2,3 milhões de euros em relação a 2009, atingindo um valor próximo dos 60,5 milhões. Por comparação, e segundo um estudo, também da GfK, divulgado esta semana, o mercado dos produtos de electrónica de consumo apresentava, nos números do terceiro trimestre deste ano, uma queda a rondar os dez por cento.
"Apesar de o resto do mercado estar a ser afectado, o sector do entretenimento não está", analisa Sara Fernandes, gestora de produto em Portugal da XBox, a consola da Microsoft. "As pessoas acabam por comprar produtos que permitem a todos na família estarem dentro de casa. É uma alternativa a sair. A longo prazo, é mais económico."
A XBox lançou no mês passado o sistema de controlo Kinect, que permite jogar sem qualquer comando, uma aposta da marca para tentar uma maior penetração no mercado dos jogos sociais - ou seja, jogos que não exigem uma grande aprendizagem e que podem ser rapidamente jogados com a família ou um grupo de amigos. "Os jogos de karaoke vendem imenso na passagem de ano", exemplifica Sara Fernandes.
Nélson Calvinho, da subsidiária portuguesa da Nintendo, é da mesma opinião. "Os jogos são mais caros [do que outras formas de entretenimento, como o cinema], mas é possível usufruir deles durante mais tempo".
Com a XBox e a PlayStation (a consola da Sony, que, no atípico mercado português, é há muito a líder do sector) a serem as preferidas dos chamados jogadores hardcore - tipicamente, os jovens do sexo masculino que passam muitas horas a jogar -, a Nintendo é vista como destinada quase exclusivamente aos jogos familiares e infantis. E os best-sellers da marca são um espelho desta estratégia. Na lista de jogos mais vendidos para a Wii em Portugal estão, para além do clássico Super Mário, um jogo de ginástica (em que o jogador tem de fazer exercício físico) e o Wii Party, um pacote de jogos concebidos para o convívio entre amigos.
Também do lado da PlayStation a crise não traz preocupações. "Estamos optimistas quanto aos resultados deste ano", garante o gestor de vendas da Sony Entertaiment Portugal, lembrando não apenas que o mercado dos videojogos cresce em todo o mundo, mas ainda que, no ano passado, Portugal foi o país europeu onde se registou uma maior subida.
Com o mercado dos jogadores hardcore já com pouca margem para crescimento, é precisamente nos jogos sociais que as marcas têm visto mais potencial de expansão. E, em Portugal, este género de jogos é mais importante, nota Gonçalo Fialho. "Os países mais ao norte da Europa são mais de hardcore gamers, enquanto os países mais a sul da Europa são mais adeptos de entretenimento familiar. Em Portugal, isso ainda se sente mais do que em Espanha ou em Itália."
Fonte: Público