17.05.2011 - M.Ward + Old Jerusalem - Aula Magna, Lisboa
--- M.Ward ---
+ Old Jerusalem
Aula Magna, Lisboa
17.05.2011
Fotografia: Rodrigo Vargas
Texto: Filipa Leite Rosa
Na passada noite de 17 de Maio, poucos foram os que se reuniram para assistir à estreia de M. Ward nos palcos portugueses, no entanto, não é a quantidade de cadeiras ocupadas na Aula Magna que define a qualidade do espectáculo e M. Ward não se deixou intimidar pelo silêncio das cadeiras vazias.
O músico norte-americano subiu ao palco, calmo e sereno e, somente com a sua guitarra, abre o concerto com um tema instrumental que, como ele, tem um início suave, um “boa noite” recatado e ao mesmo tempo cativante. Mas não foi sempre assim até ao terminar da canção, pois para além de ter servido de “boa noite”, serviu também de discurso de apresentação e, antes do segundo tema, o público teve logo ali uma amostra do que é a música deste M. Ward.
Seguiu-se Chinese Translation que revela finalmente a voz única, rouca mas doce, de Ward e que completa a composição deste artista, o elemento que faltava à “apresentação inicial”. Mas é só no final deste segundo tema que Ward usa esse instrumento para se dirigir à plateia e diz apenas “obrigado”, num português que prometia mas que acabou por não cumprir. A partir daí o monólogo foi fluente, cantado e musicado através de canções como Fuel For Fire, Paul’s Song, Rave On, Poison Cup e Sad, Sad Song, temas do seu já vasto reportório a solo, desde o mais recente álbum “Hold Time” até ao longínquo, ou não tanto assim, “Transfiguration of Vincent”, de 2003.
A escolha da palavra monólogo não foi aleatória, de facto a plateia era escassa, o que talvez tenha impedido uma conversa mais “a dois”. Mas o bom humor do público português ou então mesmo a boa disposição e o espírito sereno que M. Ward transmite com o seu folk alternativo, aproximaram estes dois intervenientes justamente no momento mais caricato: precisamente quando Ward tenta dirigir-se ao público de uma forma mais directa, fá-lo numa língua que se aproxima mais do castelhano que do português. “Muchos obrigados”, corrigido para um não menos errado “Muy obrigados”, provocou a gargalhada geral.
Sem ressentimentos, os aplausos insistentes e alguns bater de pés durante a espera pelo comum encore foram recompensados: na segunda subida ao palco, M. Ward despede-se num dos momentos mais intensos, com Eyes On The Prize e a belíssima Never Had Nobody Like You. A nudez no palco era quase total: um músico, uma guitarra, uma harmónica e um piano. Mas foi precisamente essa circunstância que deu todo o protagonismo à música de Ward e esse protagonista foi suficientemente grande e capaz para preencher uma sala inteira, incluindo palco, cadeiras ocupadas e cadeiras vazias. Poucos mas convencidos será pois a melhor maneira de descrever a plateia dessa noite.
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O concerto de abertura esteve a cargo de Old Jerusalem, que regressa agora no ano de lançamento do quinto álbum, agendado para Setembro. Com esse pretexto, Francisco Silva e a sua guitarra acústica revelaram um pouco desse novo trabalho com Tyndale and Augustine e Songs of Daphne. Entre estes e outros temas mais antigos, Francisco conseguiu captar a atenção da sala, ainda praticamente vazia, e apenas com a força da sua voz doce e dos pequenos apontamentos irónicos e divertidos. Os aplausos de despedida foram, sem dúvida, honestos e merecidos.
O músico norte-americano subiu ao palco, calmo e sereno e, somente com a sua guitarra, abre o concerto com um tema instrumental que, como ele, tem um início suave, um “boa noite” recatado e ao mesmo tempo cativante. Mas não foi sempre assim até ao terminar da canção, pois para além de ter servido de “boa noite”, serviu também de discurso de apresentação e, antes do segundo tema, o público teve logo ali uma amostra do que é a música deste M. Ward.
Seguiu-se Chinese Translation que revela finalmente a voz única, rouca mas doce, de Ward e que completa a composição deste artista, o elemento que faltava à “apresentação inicial”. Mas é só no final deste segundo tema que Ward usa esse instrumento para se dirigir à plateia e diz apenas “obrigado”, num português que prometia mas que acabou por não cumprir. A partir daí o monólogo foi fluente, cantado e musicado através de canções como Fuel For Fire, Paul’s Song, Rave On, Poison Cup e Sad, Sad Song, temas do seu já vasto reportório a solo, desde o mais recente álbum “Hold Time” até ao longínquo, ou não tanto assim, “Transfiguration of Vincent”, de 2003.
A escolha da palavra monólogo não foi aleatória, de facto a plateia era escassa, o que talvez tenha impedido uma conversa mais “a dois”. Mas o bom humor do público português ou então mesmo a boa disposição e o espírito sereno que M. Ward transmite com o seu folk alternativo, aproximaram estes dois intervenientes justamente no momento mais caricato: precisamente quando Ward tenta dirigir-se ao público de uma forma mais directa, fá-lo numa língua que se aproxima mais do castelhano que do português. “Muchos obrigados”, corrigido para um não menos errado “Muy obrigados”, provocou a gargalhada geral.
Sem ressentimentos, os aplausos insistentes e alguns bater de pés durante a espera pelo comum encore foram recompensados: na segunda subida ao palco, M. Ward despede-se num dos momentos mais intensos, com Eyes On The Prize e a belíssima Never Had Nobody Like You. A nudez no palco era quase total: um músico, uma guitarra, uma harmónica e um piano. Mas foi precisamente essa circunstância que deu todo o protagonismo à música de Ward e esse protagonista foi suficientemente grande e capaz para preencher uma sala inteira, incluindo palco, cadeiras ocupadas e cadeiras vazias. Poucos mas convencidos será pois a melhor maneira de descrever a plateia dessa noite.
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O concerto de abertura esteve a cargo de Old Jerusalem, que regressa agora no ano de lançamento do quinto álbum, agendado para Setembro. Com esse pretexto, Francisco Silva e a sua guitarra acústica revelaram um pouco desse novo trabalho com Tyndale and Augustine e Songs of Daphne. Entre estes e outros temas mais antigos, Francisco conseguiu captar a atenção da sala, ainda praticamente vazia, e apenas com a força da sua voz doce e dos pequenos apontamentos irónicos e divertidos. Os aplausos de despedida foram, sem dúvida, honestos e merecidos.
--- Alinhamento de M. Ward ---
Chinese Translation
Requiem
Fuel For Fire
One Hundred Million Years
Paul’s Song
Rave On
Hold Time
Pour Boy, Minor Key
Story Of An Artist
Outta My Head
Poison Cup
Sad, Sad Song
Let’s Dance
--- Encore ---
Eyes On The Prize
Never Had Nobody Like You
Chinese Translation
Requiem
Fuel For Fire
One Hundred Million Years
Paul’s Song
Rave On
Hold Time
Pour Boy, Minor Key
Story Of An Artist
Outta My Head
Poison Cup
Sad, Sad Song
Let’s Dance
--- Encore ---
Eyes On The Prize
Never Had Nobody Like You
Promotora:
Everything is New