26.09.2011 - Mr.Big - Hard Club, Porto


--- Mr.Big ---

Hard Club, Porto
26.09.2011
Fotografia: Ana Limão
Texto: Ariana Ferreira



Mr. Big estreiam-se em noite de virtuosismo rock.

Com os tempos áureos passados há quase duas décadas e vários centímetros de cabelo a menos, os Mr. Big estrearam-se em palcos lusos com a mesma energia e sentimento de outras andanças. Para recebê-los nesta primeira incursão em território nacional, puderam contar com o público do Hard Club, no Porto: um anfitrião saudoso e conhecedor, que se manteve entusiasmado do princípio ao fim, sabendo agradecer a tão aguardada visita.

Os Mr. Big, banda de instrumentistas virtuosos do rock, ao qual se junta a energia do carismático vocalista Eric Martin, abandonaram os discos e os palcos em 2002, o que terá sido uma repercussão da saída do super guitarrista Paul Gilbert, anos antes. Porém, aquando das comemorações do 20º aniversário de carreira da banda, em 2009, ressurgiram com a formação original.

Com um álbum novo na bagagem a sustentar esta tourné, o primeiro registo de originais desde o anúncio da reunião intitulado “What If...” (2010), deram um concerto contagiante de hard rock, dominado pelos stunts de guitarra de Gilbert. O som do berbequim fez com que fosse fácil adivinhar que a actuação ia ser inaugurada por Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song), de “Learn Into It” (1991). Seguiram-se Alive and Kickin', com Martin literalmente ao volante e uma abertura de guitarra com os dentes, e Green-tinted Sixties Mind, também do mesmo álbum, do qual mais adiante se puderam ouvir Little To Lose e Road To Ruin.

Provados que todos os lugares comuns do hard rock estão vivos e de boa saúde, foi altura de avançar para “What If...”. Em Undertown e American Beauty, evidenciou-se um ritual que se foi repetindo ao longo do espectáculo, quando muitas vezes Eric Martin cedeu o centro do palco a Paul Gilbert, para que melhor fossem apreciados os dotes deste guitarrista, que integra a lista dos “50 Guitarristas Mais Rápidos de Todos os Tempos”. A anteceder a balada Just Take My Heart, onde o vocalista simulou que arrancou o coração do peito atirando-o para o público, Take Cover, repescado a “Hey Man” (1996). De regresso a “What If...”, o destaque caiu pela primeira vez no baixo de Billy Sheehan (que já colaborou com Steve Vai e David Lee Roth), eximiamente manejado em Once Upon a Time. Do álbum mais recente tocaram ainda Still Aint Enough For Me, Around the World e As Far as I Can See.

“Bump Ahead” (1993) foi representado por Temperamental , Price You Gotta Pay, onde por breves momentos Eric Substitui Billy Sheehan no baixo, enquanto este toca harmónica, e Colorado Buldog, já no encore, introduzido pela pergunta “are you ready to be bitten by the D.O.G.?”.v O álbum homónimo surgiu com Take a Walk e Pat Torpey a brilhar num solo de bateria, assim como a pontuar o diálogo de cordas em Addicted to That Rush, que ditou a primeira saída da banda do palco.

Para o encore, aberto com os músicos a acompanharem instrumentalmente os “Olé Olés” com que a assistência os chamou de volta, ficou guardada a balada To Be With You, que o público fora incitado a entoar de modo a acordar a vizinhança. Mesmo a acabar, numa versão meio cantada por Sheehan e Torpey, com os músicos constantemente a trocarem de instrumentos, a clássica Smoke On The Water dos Deep Purple e Shy Boy, tema escrito pelo baixista para David Lee Roth.

No final, o público mostrou-se mais do que satisfeito com uma prestação que foi intercalada com os solos/improvisações de Paul Gilbert, a justificar porque alguém segurava na frente um cartaz onde se podia ler “Gilbert God”, e de Billy Sheehan, cuja destreza deixou os fãs atónitos. Delirantes, não puderam permitir que os Mr. Big se fossem embora sem que antes ficasse prometido o regresso.



Promotora:
Clap/-Box.


POSTED BY Whisper
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