Jovens ilusionistas premiados
Um é médico, o outro engenheiro, ambos jovens. Decidiram alimentar o sonho de infância e fizeram-se ilusionistas. E têm ganho prémios a mostrar ao público que, como na magia, o sonho é possível.
"Na magia, as pessoas aprendem que é possível ter sonhos e concretizá-los". Esta é a máxima dos "Tá na Manga", dois ilusionistas portugueses - um médico, o outro engenheiro informático - que, recentemente, ganharam mais um galardão internacional.
Um - Pedro Teixeira, 24 anos - é "filho de peixe", o mesmo é dizer do ilusionista Jorge Teixeira, que, durante anos, presidiu à Associação Portuguesa de Ilusionismo (API). O outro - Gonçalo Jorge, 26 anos - é médico. Não é "filho de peixe", mas, aos seis anos de idade, foi presenteado com uma caixa com 150 truques.
"É um presente que todas as crianças recebem, mas, à medida que crescem, abandonam-no, eu parece que não cresci". Para Gonçalo Jorge, isso foi uma vantagem. "Um ilusionista tem uma criança viva dentro de si, com muita curiosidade, de coração aberto e com a capacidade de se maravilhar com o Mundo", explicou.
A infância e adolescência de ambos foi vivida de forma idêntica, com a mesma vontade e entusiasmo de aprenderem os segredos dos mágicos verdadeiros que viam nos palcos.
"Não foi com o meu pai que aprendi os truques. Ele nunca me quis influenciar para que eu também viesse a ser mágico. Aprendia tudo sozinho", referiu Pedro Teixeira.
Na adolescência, ambos foram admitidos na API e foi ali que aprenderam todos os segredos. "A grande barreira é entrar para a associação, uma vez lá dentro tudo se aprende, não há segredos", explicou Gonçalo Jorge.
Curiosamente, ganharam "ex aequo" os festivais da Convenção da API e o Festival Internacional Magic/Valongo, ambos em 2000.
Foi há três anos que ambos decidiram juntar-se e criar o duo "Tá na Manga". Em Junho do ano passado, o espectáculo de magia que idealizaram foi apresentado pela primeira vez ao público.
Daí para cá, o médico e o engenheiro informático arranjam sempre tempo para ensaiar, apresentar o seu "show" e participar em concursos. Recentemente, trouxeram o primeiro prémio de Magia Geral do Campeonato de Magia de França.
"Apresentámos um número de 10 minutos que é teatral e tenta ser poético e envolvente, mais do que a simples apresentação de truques. Fala daquilo que é importante na vida e de que nos esquecemos. É quase um poema, uma ode à vida", explicaram.
Fonte: JN