Entrevista #1 - com Luís Rodrigues
Whisper - Como surgiu o interesse pela fotografia?
Luís - Foi uma coisa um pouco inesperada. Comecei por comprar uma máquina fotográfica digital das mais baratas só porque toda a gente tinha uma e andava a exibi-la pela escola, já começava a meter nojo por ser o único a não ter máquina. A máquina era completamente automática e depressa me senti limitado. Depois comprei material melhor e comecei a publicar no MySpace fotografias de concertos que ia ver. As bandas depois comentavam a dizer que as fotos estavam boas e eu comecei a levar a coisa mais a sério a partir daí.
W - Como foi o inicio da experiência como fotografo e o processo de aprendizagem?
L - Comecei por fotografia de concertos, um tipo de fotografia que é ainda hoje o que faço mais. Devido aos movimentos rápidos, falta de luz, e luzes em constante alteração, acabei por ser quase que forçado a aprender depressa como jogar com os diferentes factores a ter em conta quando se tira uma fotografia. Há no entanto sempre lugar para melhorar, e com cada fotografia tenho sempre alguma coisa a analisar para saber como melhorar.
W - Quais foram os principais obstáculo e metas atingidas?
L - Os principais obstáculos talvez tenham sido mesmo a falta de material mais apropriado e profissional, uma vez que comecei a fotografar com máquinas compactas, e mesmo hoje que fotografo com uma SLR não tenho as objectivas adequadas ao tipo de fotografia que faço. Em termos de metas atingidas, diria que conseguir bons resultados com o material que tenho, e ver as minhas fotos espalhadas pela Internet em MySpaces e sites oficiais de bandas.
W - Quando paras de fotografar durante longo período de tempo sentes falta de pegar na máquina e disparar?
L - Sim, às vezes dou por mim a olhar para a máquina e a pensar que já há muito tempo que não vou a um concerto. Deveria pensar isso por não ver uma banda a tocar há muito tempo, mas acaba por ser por não fotografar uma banda ao vivo ao muito tempo.
W - Quais são as tuas principais influências nesta área?
L - Acho que a influência acaba por ser o próprio objecto/pessoa que estou a fotografar. Há fotógrafos que admiro mas no entanto nunca fui muito de olhar para os trabalhos deles e tirar ideias. Limito-me a tirar a máquina da mochila e começar a fotografar, tentando tirar o melhor possível do que tenho à frente.
W - Consideras o tratamento de imagem essencial ou dispensável?
L - Depende um pouco do material que se tem e das condições da fotografia. Há fotografias que tal como saem da máquina já são algo muito bom de se ver, no entanto algumas precisam de um empurrãozinho para ficar algo mesmo bom. Acho que um pouco de tratamento nas cores e luz só beneficia qualquer fotografia, permite por vezes criar a essência que os olhos captavam mas que a máquina não foi capaz de captar.
W - Com o surgimento da era digital, a fotografia passou a implicar custos muito menores. Na tua opinião, quais são as principais consequências que isto tem na fotografia e no seu meio?
L - Não vejo consequências negativas. O digital permitiu que toda a gente pudesse ter o prazer de fotografar. O facto de não ser preciso gastar balúrdios em revelações e rolos acaba por ser também um incentivo ao trial-and-error, por isso acaba por não existir aquele medo de tentar algo e aprende-se mais depressa, mas principalmente conseguem-se resultados mais inovadores.
W - Sei que tens desenvolvido alguns projectos com bandas, tanto a nível fotográfico como de design. Como surgiu esta relação e proximidade com as bandas?
L - Tudo começou com a tal publicação das fotografias dos concertos no MySpace. As bandas acabavam por perguntar se eu tinha mais fotos e se era possível entregá-las. Assim geralmente acabava por no final de um próximo concerto das bandas entregar um CD com as fotos, ficava um pouco à conversa com as mesmas, e muitas vezes até acabavam por me oferecer t-shirts e até mesmo entradas para outros concertos. Acabei assim por desenvolver relações de amizade com algumas das bandas, que mais tarde me vieram pedir trabalhos de design e até de fotografia, e depois acabavam por falar de mim aos amigos e fui assim criando contactos. No entanto algo que também teve bastante influência no meu envolvimento com bandas foi a criação de um layout personalizado para o meu MySpace. De repente comecei a receber inclusive de bandas internacionais pedidos de orçamentos.
W - Existem projectos para o futuro?
L - Comprar uma máquina com sensor full-frame quando for rico, objectivas de grande abertura, continuar a fazer o que faço, arranjar um bom emprego, fazer uma photo trip pela Europa, e mais aquelas coisinhas que todos nós queremos.
W - Para finalizar, alguma mensagem que queiras deixar aos leitores, fotógrafos, promotoras, revistas…?
L - Leitores: Continuem a ler a Whisper, apoiem as bandas nacionais, apareçam nos concertos em vez de ficarem em casa e depois queixarem-se que não se fazem concertos na vossa zona, porque se os concertos não se fazem é porque não rende fazer concertos para ter apenas 10 pessoas na plateia.
Fotógrafos: Vemo-nos no fosso de um qualquer festival ou concerto.
Promotoras: Era bom se dessem mais oportunidades a fotógrafos que não pertencem à Blitz ou à Loud, por vezes os amadores são os mais motivados e acabam por conseguir melhores fotografias e até acabam por espalhá-las de forma quase viral pela Internet, acabando por promover os vossos eventos.
Revistas: Proponham-se a ver os trabalhos dos fotógrafos que vos contactam a dizer que têm fotografias de tal concerto antes de lhes dizer que não estão interessados.
Luís - Foi uma coisa um pouco inesperada. Comecei por comprar uma máquina fotográfica digital das mais baratas só porque toda a gente tinha uma e andava a exibi-la pela escola, já começava a meter nojo por ser o único a não ter máquina. A máquina era completamente automática e depressa me senti limitado. Depois comprei material melhor e comecei a publicar no MySpace fotografias de concertos que ia ver. As bandas depois comentavam a dizer que as fotos estavam boas e eu comecei a levar a coisa mais a sério a partir daí.
W - Como foi o inicio da experiência como fotografo e o processo de aprendizagem?
L - Comecei por fotografia de concertos, um tipo de fotografia que é ainda hoje o que faço mais. Devido aos movimentos rápidos, falta de luz, e luzes em constante alteração, acabei por ser quase que forçado a aprender depressa como jogar com os diferentes factores a ter em conta quando se tira uma fotografia. Há no entanto sempre lugar para melhorar, e com cada fotografia tenho sempre alguma coisa a analisar para saber como melhorar.
W - Quais foram os principais obstáculo e metas atingidas?
L - Os principais obstáculos talvez tenham sido mesmo a falta de material mais apropriado e profissional, uma vez que comecei a fotografar com máquinas compactas, e mesmo hoje que fotografo com uma SLR não tenho as objectivas adequadas ao tipo de fotografia que faço. Em termos de metas atingidas, diria que conseguir bons resultados com o material que tenho, e ver as minhas fotos espalhadas pela Internet em MySpaces e sites oficiais de bandas.
W - Quando paras de fotografar durante longo período de tempo sentes falta de pegar na máquina e disparar?
L - Sim, às vezes dou por mim a olhar para a máquina e a pensar que já há muito tempo que não vou a um concerto. Deveria pensar isso por não ver uma banda a tocar há muito tempo, mas acaba por ser por não fotografar uma banda ao vivo ao muito tempo.
W - Quais são as tuas principais influências nesta área?
L - Acho que a influência acaba por ser o próprio objecto/pessoa que estou a fotografar. Há fotógrafos que admiro mas no entanto nunca fui muito de olhar para os trabalhos deles e tirar ideias. Limito-me a tirar a máquina da mochila e começar a fotografar, tentando tirar o melhor possível do que tenho à frente.
W - Consideras o tratamento de imagem essencial ou dispensável?
L - Depende um pouco do material que se tem e das condições da fotografia. Há fotografias que tal como saem da máquina já são algo muito bom de se ver, no entanto algumas precisam de um empurrãozinho para ficar algo mesmo bom. Acho que um pouco de tratamento nas cores e luz só beneficia qualquer fotografia, permite por vezes criar a essência que os olhos captavam mas que a máquina não foi capaz de captar.
W - Com o surgimento da era digital, a fotografia passou a implicar custos muito menores. Na tua opinião, quais são as principais consequências que isto tem na fotografia e no seu meio?
L - Não vejo consequências negativas. O digital permitiu que toda a gente pudesse ter o prazer de fotografar. O facto de não ser preciso gastar balúrdios em revelações e rolos acaba por ser também um incentivo ao trial-and-error, por isso acaba por não existir aquele medo de tentar algo e aprende-se mais depressa, mas principalmente conseguem-se resultados mais inovadores.
W - Sei que tens desenvolvido alguns projectos com bandas, tanto a nível fotográfico como de design. Como surgiu esta relação e proximidade com as bandas?
L - Tudo começou com a tal publicação das fotografias dos concertos no MySpace. As bandas acabavam por perguntar se eu tinha mais fotos e se era possível entregá-las. Assim geralmente acabava por no final de um próximo concerto das bandas entregar um CD com as fotos, ficava um pouco à conversa com as mesmas, e muitas vezes até acabavam por me oferecer t-shirts e até mesmo entradas para outros concertos. Acabei assim por desenvolver relações de amizade com algumas das bandas, que mais tarde me vieram pedir trabalhos de design e até de fotografia, e depois acabavam por falar de mim aos amigos e fui assim criando contactos. No entanto algo que também teve bastante influência no meu envolvimento com bandas foi a criação de um layout personalizado para o meu MySpace. De repente comecei a receber inclusive de bandas internacionais pedidos de orçamentos.
W - Existem projectos para o futuro?
L - Comprar uma máquina com sensor full-frame quando for rico, objectivas de grande abertura, continuar a fazer o que faço, arranjar um bom emprego, fazer uma photo trip pela Europa, e mais aquelas coisinhas que todos nós queremos.
W - Para finalizar, alguma mensagem que queiras deixar aos leitores, fotógrafos, promotoras, revistas…?
L - Leitores: Continuem a ler a Whisper, apoiem as bandas nacionais, apareçam nos concertos em vez de ficarem em casa e depois queixarem-se que não se fazem concertos na vossa zona, porque se os concertos não se fazem é porque não rende fazer concertos para ter apenas 10 pessoas na plateia.
Fotógrafos: Vemo-nos no fosso de um qualquer festival ou concerto.
Promotoras: Era bom se dessem mais oportunidades a fotógrafos que não pertencem à Blitz ou à Loud, por vezes os amadores são os mais motivados e acabam por conseguir melhores fotografias e até acabam por espalhá-las de forma quase viral pela Internet, acabando por promover os vossos eventos.
Revistas: Proponham-se a ver os trabalhos dos fotógrafos que vos contactam a dizer que têm fotografias de tal concerto antes de lhes dizer que não estão interessados.