Um ano depois da eleição de Obama
Há precisamente um ano, os norte-americanos comemoravam efusivamente a eleição do primeiro presidente negro do país. A escolha de Barack Obama foi vista como um sinal de boa esperança para o Mundo. Um ano depois, o que mudou?
Em abono da verdade, apenas podemos falar em cerca de 10 meses de governação - o novo presidente foi empossado a 20 de Janeiro deste ano -, mas, independentemente deste pormenor, os analistas políticos contactados pelo JN consideram que é ainda prematuro avaliar-se o desempenho da Administração Obama.
"O presidente ainda tem tempo para definir as suas prioridades externas e consolidar as suas credenciais no domínio da segurança nacional, que serão cruciais para assegurar a sua reeleição", afirma Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI).
Tiago Moreira de Sá, investigador do IPRI e professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, refere que "talvez se consiga perceber a doutrina Obama no início do próximo ano, altura em que está prevista a divulgação da nova Estratégia de Segurança Social".
Opinião oposta têm os analistas estrangeiros, especialmente os norte-americanos, que acusam Barack Obama de, um ano depois de ser eleito, ainda manter a postura de um candidato. Talvez por isso, os seus índices de popularidade ainda se mantenham altos.
De acordo com um sondagem divulgada ontem pelo canal de televisão CNN, 54% dos norte-americanos aprovam o desempenho da Administração Obama. Mesmo que não concordem com a forma como o presidente está a conduzir assuntos como a economia, saúde, o desemprego ou a retirada das tropas do Afeganistão.
Na semana passada, num artigo publicado no "Daily Telegraph", Toby Harnden sublinhava que "além dos grandes anúncios, dos discursos agradáveis e a sua aceitação impaciente do Prémio Nobel da Paz, Mr. Obama ainda não realizou nada de substancial. É tempo de terminal a campanha".
A estas vozes críticas, Obama já respondeu, dizendo que "a mudança não é suposta ser fácil, nem acontecer do dia para a noite".
A atribuição do Nobel da Paz, a 6 de Outubro, foi visto como muito como prematuro, precisamente, devido a este pouco tempo decorrido desde o início do seu mandato. Contudo, Tiago Moreira de Sá refere que "não obstante a polémica havida, julgo que não merece controvérsia o facto de o prémio reconhecer uma agenda que é, no essencial, correcta e de reforçar o poder de Barack Obama tanto nos EUA (aspecto essencial), como no mundo".
Igualdade racial?
Num outro plano, poderemos afirmar que a chegada de Barack Obama - o primeiro presidente negro dos EUA - contribuiu para a igualdade racial? "Estamos muito orgulhosos da eleição do presidente, mas os Estados Unidos continuam a ser um país muito racista", diz Nancy Foner, professor de sociologia da CUNY, universidade pública de Nova Iorque, citado pelo site "Último Segundo".
Ebony, a revista especializada da comunidade negra dos EUA, fundada em 1945, publica anualmente, em Dezembro, a lista dos 150 negros mais influentes. Henriette Cole, a directora, recusa antecipar eventuais mudanças na lista, onde figuram nomes de desportistas, actores e cantores famosos, mas também de políticos como Donna Brazile ou magnatas como Oprah Winfrey.
Apesar da data, a Casa Branca não irá assinalar o primeiro aniversário da eleição de Obama, com o argumento de que "os tempos não estão para celebrações".
Fonte: IOL
Em abono da verdade, apenas podemos falar em cerca de 10 meses de governação - o novo presidente foi empossado a 20 de Janeiro deste ano -, mas, independentemente deste pormenor, os analistas políticos contactados pelo JN consideram que é ainda prematuro avaliar-se o desempenho da Administração Obama.
"O presidente ainda tem tempo para definir as suas prioridades externas e consolidar as suas credenciais no domínio da segurança nacional, que serão cruciais para assegurar a sua reeleição", afirma Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI).
Tiago Moreira de Sá, investigador do IPRI e professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, refere que "talvez se consiga perceber a doutrina Obama no início do próximo ano, altura em que está prevista a divulgação da nova Estratégia de Segurança Social".
Opinião oposta têm os analistas estrangeiros, especialmente os norte-americanos, que acusam Barack Obama de, um ano depois de ser eleito, ainda manter a postura de um candidato. Talvez por isso, os seus índices de popularidade ainda se mantenham altos.
De acordo com um sondagem divulgada ontem pelo canal de televisão CNN, 54% dos norte-americanos aprovam o desempenho da Administração Obama. Mesmo que não concordem com a forma como o presidente está a conduzir assuntos como a economia, saúde, o desemprego ou a retirada das tropas do Afeganistão.
Na semana passada, num artigo publicado no "Daily Telegraph", Toby Harnden sublinhava que "além dos grandes anúncios, dos discursos agradáveis e a sua aceitação impaciente do Prémio Nobel da Paz, Mr. Obama ainda não realizou nada de substancial. É tempo de terminal a campanha".
A estas vozes críticas, Obama já respondeu, dizendo que "a mudança não é suposta ser fácil, nem acontecer do dia para a noite".
A atribuição do Nobel da Paz, a 6 de Outubro, foi visto como muito como prematuro, precisamente, devido a este pouco tempo decorrido desde o início do seu mandato. Contudo, Tiago Moreira de Sá refere que "não obstante a polémica havida, julgo que não merece controvérsia o facto de o prémio reconhecer uma agenda que é, no essencial, correcta e de reforçar o poder de Barack Obama tanto nos EUA (aspecto essencial), como no mundo".
Igualdade racial?
Num outro plano, poderemos afirmar que a chegada de Barack Obama - o primeiro presidente negro dos EUA - contribuiu para a igualdade racial? "Estamos muito orgulhosos da eleição do presidente, mas os Estados Unidos continuam a ser um país muito racista", diz Nancy Foner, professor de sociologia da CUNY, universidade pública de Nova Iorque, citado pelo site "Último Segundo".
Ebony, a revista especializada da comunidade negra dos EUA, fundada em 1945, publica anualmente, em Dezembro, a lista dos 150 negros mais influentes. Henriette Cole, a directora, recusa antecipar eventuais mudanças na lista, onde figuram nomes de desportistas, actores e cantores famosos, mas também de políticos como Donna Brazile ou magnatas como Oprah Winfrey.
Apesar da data, a Casa Branca não irá assinalar o primeiro aniversário da eleição de Obama, com o argumento de que "os tempos não estão para celebrações".
Fonte: IOL