China endurece posição
Os países africanos suspenderam hoje, segunda-feira, brevemente a participação nos trabalhos na conferência sobre alterações climáticas e a China endureceu a posição face às nações industrializadas em Copenhaga.
Os delegados de 193 países - dos quais mais de 110 chefes de Estado são esperados na cimeira, na sexta-feira - devem decidir qual a melhor maneira de limitar o aquecimento a dois graus acima dos níveis pré-industriais.
O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, que deverá chegar a Copenhaga na quinta-feira, exortou à flexibilidade: "para chegar a um acordo forte, vai ser necessário mais compromisso de todas as partes. E há sempre um risco de fracasso", disse à cadeia televisiva Sky News.
Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deu conta da sua inquietação.
"Como estaremos na sexta-feira ou no sábado se, com mais de 100 chefes de Estado e de Governo vindos de todo o mundo, dissermos que não foi possível chegar a acordo?" interrogou-se o responsável, acrescentando acreditar que "é impensável".
Os países africanos manifestaram a sua cólera ao suspenderem durante algumas horas a participação nos grupos de trabalho para protestar contra a falta de atenção dada ao futuro do Protocolo de Quioto que só impõe obrigações aos países desenvolvidos.
"Passamos ao alerta vermelho", salientou o chefe da delegação nigeriana, Victor Ayodeji Fodeke. "Estamos numa encruzilhada: enviamos uma mensagem de esperança para África ou o fim da esperança em 'Hopenhaga'", alterando o nome da capital dinamarquesa em referência à palavra inglesa "hope" ou seja esperança.
As diferenças entre países em desenvolvimento e países industrializados, principalmente os Estados Unidos, acerca da partilha de responsabilidades, monopolizaram a reunião ministerial restrita convocada no domingo.
Os EUA consideraram, sem rejeitar, que o primeiro projecto de acordo lançado na sexta-feira pelos responsáveis das negociações, coloca em vantagem os países em desenvolvimento e sobretudo a China.
Insistiram sobre a adopção de mecanismos internacionais de verificação dos compromissos que se aplicariam indiferentemente aos ricos e aos pobres.
A China, por seu lado, excluiu qualquer responsabilidade num eventual fracasso.
"Sei que alguns vão dizer que é culpa da China se não houver acordo. É uma manha dos países desenvolvidos. Eles que considerem as suas próprias posições sem utilizar a China como pretexto", disse o vice-ministros dos Negócios Estrangeiros, He Yafei.
Os países em desenvolvimento esperam que as nações industrializadas signatárias do Protocolo de Quioto renovem os seus compromissos a partir de 2013.
Delegações de 192 países estão reunidas até sexta-feira em Copenhaga naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Está confirmada a presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo na conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistem cerca de 15 mil delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, participará na cimeira.
Hoje ainda, mais de mil jovens manifestaram-se, com forte acompanhamento policial, no centro de Copenhaga, reclamando a abertura das fronteiras aos refugiados climáticos.
Os manifestantes - cerca de mil segundo a Polícia de Copenhaga, e o dobro, segundo os organizadores da iniciativa - dirigiram-se ao Ministério da Defesa, próximo de Christiansborg, o Parlamento dinamarquês, constatou um jornalista da AFP.
"Anticapitalistas", "o nosso clima, não o vosso negócio", "não às fronteiras, não às nações, parem as deportações" ou "polícia em todo o lado, justiça em lugar nenhum" eram alguns dos principais slogans apresentados em inglês, francês ou alemão.
Fonte: JN
Os delegados de 193 países - dos quais mais de 110 chefes de Estado são esperados na cimeira, na sexta-feira - devem decidir qual a melhor maneira de limitar o aquecimento a dois graus acima dos níveis pré-industriais.
O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, que deverá chegar a Copenhaga na quinta-feira, exortou à flexibilidade: "para chegar a um acordo forte, vai ser necessário mais compromisso de todas as partes. E há sempre um risco de fracasso", disse à cadeia televisiva Sky News.
Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deu conta da sua inquietação.
"Como estaremos na sexta-feira ou no sábado se, com mais de 100 chefes de Estado e de Governo vindos de todo o mundo, dissermos que não foi possível chegar a acordo?" interrogou-se o responsável, acrescentando acreditar que "é impensável".
Os países africanos manifestaram a sua cólera ao suspenderem durante algumas horas a participação nos grupos de trabalho para protestar contra a falta de atenção dada ao futuro do Protocolo de Quioto que só impõe obrigações aos países desenvolvidos.
"Passamos ao alerta vermelho", salientou o chefe da delegação nigeriana, Victor Ayodeji Fodeke. "Estamos numa encruzilhada: enviamos uma mensagem de esperança para África ou o fim da esperança em 'Hopenhaga'", alterando o nome da capital dinamarquesa em referência à palavra inglesa "hope" ou seja esperança.
As diferenças entre países em desenvolvimento e países industrializados, principalmente os Estados Unidos, acerca da partilha de responsabilidades, monopolizaram a reunião ministerial restrita convocada no domingo.
Os EUA consideraram, sem rejeitar, que o primeiro projecto de acordo lançado na sexta-feira pelos responsáveis das negociações, coloca em vantagem os países em desenvolvimento e sobretudo a China.
Insistiram sobre a adopção de mecanismos internacionais de verificação dos compromissos que se aplicariam indiferentemente aos ricos e aos pobres.
A China, por seu lado, excluiu qualquer responsabilidade num eventual fracasso.
"Sei que alguns vão dizer que é culpa da China se não houver acordo. É uma manha dos países desenvolvidos. Eles que considerem as suas próprias posições sem utilizar a China como pretexto", disse o vice-ministros dos Negócios Estrangeiros, He Yafei.
Os países em desenvolvimento esperam que as nações industrializadas signatárias do Protocolo de Quioto renovem os seus compromissos a partir de 2013.
Delegações de 192 países estão reunidas até sexta-feira em Copenhaga naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Está confirmada a presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo na conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistem cerca de 15 mil delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, participará na cimeira.
Hoje ainda, mais de mil jovens manifestaram-se, com forte acompanhamento policial, no centro de Copenhaga, reclamando a abertura das fronteiras aos refugiados climáticos.
Os manifestantes - cerca de mil segundo a Polícia de Copenhaga, e o dobro, segundo os organizadores da iniciativa - dirigiram-se ao Ministério da Defesa, próximo de Christiansborg, o Parlamento dinamarquês, constatou um jornalista da AFP.
"Anticapitalistas", "o nosso clima, não o vosso negócio", "não às fronteiras, não às nações, parem as deportações" ou "polícia em todo o lado, justiça em lugar nenhum" eram alguns dos principais slogans apresentados em inglês, francês ou alemão.
Fonte: JN