Entrevista #11 - com Linda Martini
Linda Martini
Lisboa
www.myspace.com/lindamartini
O projecto Linda Martini teve inicio em 2003 e desde essa altura esta banda já conseguiu ganhar o seu espaço no panorama musical em Portugal. Do seu passado punk e hardcore herdaram a atitude descomprometida e sincera com que encaram a sua música.
www.myspace.com/lindamartini
O projecto Linda Martini teve inicio em 2003 e desde essa altura esta banda já conseguiu ganhar o seu espaço no panorama musical em Portugal. Do seu passado punk e hardcore herdaram a atitude descomprometida e sincera com que encaram a sua música.
Whisper - Contem-nos um pouco sobre a história da banda.
Linda Martini - Tocamos juntos nesta ou noutras bandas que entretanto acabaram, já desde 1998. Nunca todos juntos, mas depois de terminadas as bandas mais ligadas ao Punk/Hardcore, juntámo-nos naquilo que viria a dar origem aos Linda Martini, em 2003. Desde aí, ensaiámos, tocámos ao vivo, editámos 3 Ep's e 1 Álbum (linda martini -ep 2006 | olhos de mongol -lp 2006 | marsupial - ep 2008 | intervalo - ep ao vivo 2009) e estamos neste momento a ultimar o segundo Álbum que vai ser gravado em Janeiro.
W - Podemos dizer que vocês são um dos grandes fenómenos actuais da música portuguesa. Foi difícil alcançar essa projecção?
LM - A projecção que temos é relativa. As pessoas mais ligadas ao meio, talvez reconheçam o nosso nome ou trabalho, mas o público em geral, nem tanto. No entanto, não nos podemos queixar muito. Estamos numa posição bastante boa. É normal que queiramos sempre mais do que temos. Se não estabeleceres objectivos, acabas por te acomodar e perder o interesse.
W - Sempre ambicionaram ser conhecidos, pisar grandes palcos ou tocar com grandes bandas?
LM - Sempre esperámos poder tocar com as bandas de que gostamos, não por serem grandes (porque muitas não são) mas porque são importantes para nós. “Ambição” não é a palavra correcta porque sempre estivemos habituados a tocar em palcos pequenos, em concertos refundidos, e nunca nos passou pela cabeça que um dia poderíamos estar a tocar num “Paredes de Coura”, quanto mais a tocar com Sonic Youth, por exemplo. Ser conhecido, toda a gente espera ser conhecida um dia, mas mais do que isso ser reconhecido.
W - Foi complicado obterem apoios no início da carreira?
LM - Que apoios?...e de que carreira? Se ter uma banda se considera uma carreira, então começámos a nossa carreira há 15 anos atrás, quando começámos a ter bandas. E aí, claro que tínhamos que fazer tudo sozinhos, como aliás todas as bandas fazem. No início de linda martini, em 2003, foi só começar uma banda de novo e tentar tudo outra vez, mas desta vez alguém (a editora Naked) nos ouviu e gostou e quis ajudar. Portanto pode-se dizer que em comparação com outros projectos que já tínhamos tido, tivémos apoios quase desde o início. Com o tempo fomos percebendo que esses apoios são os mínimos que uma banda pode ter para chegar a alguns sítios (e que nos deram muito jeito) mas que o grande apoio é ter uma agência por trás, e isso só conseguimos em 2007.
W - Qual a história por detrás do nome “Linda Martini”?
LM - Nada de especial. A determinada altura, não havia consenso relativo ao nome, dentro da banda. Um dia o Pedro falou-nos duma amiga estudante de Erasmus, que se chamava Linda Martini. Gostámos do nome e acabámos por adoptá-lo.
W - Quais são as principais diferenças entre “Olhos de Mongol” e o mais recente trabalho intitulado “Marsupial”?
LM - O "Olhos de Mongol" é um Álbum e o "Marsupial" é um Ep. Àparte disso, o "Olhos de Mongol" é um disco com músicas que já estavam feitas há algum tempo e músicas que se fizeram propositadamente para a edição. É um disco com muitos ambientes diferentes, por isso mesmo. Gravámos o disco quando tínhamos as músicas prontas. Já com o "Marsupial", o processo foi diferente. Aquelas músicas foram todas criadas com a edição do disco em vista. É mais homogéneo, a nosso ver. No entanto, é um disco que respira um pouco mais que o "Olhos de Mongol". Gostamos bastante de ambos. Cada um à sua maneira.
W - Como foi a trabalhar com os God is an Astronaut, tanto em palco como na remasterização do EP “Linda Martini”?
LM - Em relação à masterização, não se pode dizer propriamente que tenha havido uma colaboração com os God is an Astronaut. Só um deles masterizou o disco e foi um processo à distância. Quem tratou sempre de tudo, foi o nosso manager da altura.
Já falando dos concertos, foram bastante interessantes. Somos bandas que se apresentam em palco de uma forma totalmente diferente. Eles mais maquinais, nós mais de improviso. Foi bom estarmos em contacto directo com uma forma diferente de encarar a música, ainda que em termos sonoros, possa haver pontualmente alguma semelhença. São pessoas simpáticas e muito focadas naquilo que fazem. Estudam tudo ao detalhe. Nós, não nos conseguimos desligar da cena Punk.
W - Qual dos vossos concertos recordam o melhor até hoje?
LM - Tendo que escolher um, provavelmente o Paredes de Coura, em 2007. Não é todos os dias que se pode ver os Sonic Youth do palco e isso foi uma experiência muito boa. Mas mais do que isso, o palco do Paredes de Coura é lindíssimo e foi mágico ter o recinto praticamente cheio, a cantar as nossas músicas. Tivemos também a sorte de correr bem. Às vezes chegas a um palco que tanto ambicionas e as coisas acabam por correr menos bem. Não foi o caso.
W - Têm projectos para o futuro que queiram partilhar connosco?
LM - Para já, temos o novo Ep nas lojas (Intervalo - Optimus Discos) e também para download gratuito no site da Optimus. E entretanto, em Janeiro gravamos o sucessor de "Olhos de Mongol", que já tem nome provisório, mas que ainda não vamos revelar.
W - Alguma mensagem que queiram aproveitar para deixar aos nossos leitores, aos vossos seguidores, ou às promotoras nacionais, etc?
LM - Façam bandas, vão a concertos, comprem discos, "saquem" discos, apoiem as bandas de que gostam, não percam tempo a dizer mal das bandas de que não gostam (gastem-no à procura de outras que possam vir a gostar)...
Linda Martini - Tocamos juntos nesta ou noutras bandas que entretanto acabaram, já desde 1998. Nunca todos juntos, mas depois de terminadas as bandas mais ligadas ao Punk/Hardcore, juntámo-nos naquilo que viria a dar origem aos Linda Martini, em 2003. Desde aí, ensaiámos, tocámos ao vivo, editámos 3 Ep's e 1 Álbum (linda martini -ep 2006 | olhos de mongol -lp 2006 | marsupial - ep 2008 | intervalo - ep ao vivo 2009) e estamos neste momento a ultimar o segundo Álbum que vai ser gravado em Janeiro.
W - Podemos dizer que vocês são um dos grandes fenómenos actuais da música portuguesa. Foi difícil alcançar essa projecção?
LM - A projecção que temos é relativa. As pessoas mais ligadas ao meio, talvez reconheçam o nosso nome ou trabalho, mas o público em geral, nem tanto. No entanto, não nos podemos queixar muito. Estamos numa posição bastante boa. É normal que queiramos sempre mais do que temos. Se não estabeleceres objectivos, acabas por te acomodar e perder o interesse.
W - Sempre ambicionaram ser conhecidos, pisar grandes palcos ou tocar com grandes bandas?
LM - Sempre esperámos poder tocar com as bandas de que gostamos, não por serem grandes (porque muitas não são) mas porque são importantes para nós. “Ambição” não é a palavra correcta porque sempre estivemos habituados a tocar em palcos pequenos, em concertos refundidos, e nunca nos passou pela cabeça que um dia poderíamos estar a tocar num “Paredes de Coura”, quanto mais a tocar com Sonic Youth, por exemplo. Ser conhecido, toda a gente espera ser conhecida um dia, mas mais do que isso ser reconhecido.
W - Foi complicado obterem apoios no início da carreira?
LM - Que apoios?...e de que carreira? Se ter uma banda se considera uma carreira, então começámos a nossa carreira há 15 anos atrás, quando começámos a ter bandas. E aí, claro que tínhamos que fazer tudo sozinhos, como aliás todas as bandas fazem. No início de linda martini, em 2003, foi só começar uma banda de novo e tentar tudo outra vez, mas desta vez alguém (a editora Naked) nos ouviu e gostou e quis ajudar. Portanto pode-se dizer que em comparação com outros projectos que já tínhamos tido, tivémos apoios quase desde o início. Com o tempo fomos percebendo que esses apoios são os mínimos que uma banda pode ter para chegar a alguns sítios (e que nos deram muito jeito) mas que o grande apoio é ter uma agência por trás, e isso só conseguimos em 2007.
W - Qual a história por detrás do nome “Linda Martini”?
LM - Nada de especial. A determinada altura, não havia consenso relativo ao nome, dentro da banda. Um dia o Pedro falou-nos duma amiga estudante de Erasmus, que se chamava Linda Martini. Gostámos do nome e acabámos por adoptá-lo.
W - Quais são as principais diferenças entre “Olhos de Mongol” e o mais recente trabalho intitulado “Marsupial”?
LM - O "Olhos de Mongol" é um Álbum e o "Marsupial" é um Ep. Àparte disso, o "Olhos de Mongol" é um disco com músicas que já estavam feitas há algum tempo e músicas que se fizeram propositadamente para a edição. É um disco com muitos ambientes diferentes, por isso mesmo. Gravámos o disco quando tínhamos as músicas prontas. Já com o "Marsupial", o processo foi diferente. Aquelas músicas foram todas criadas com a edição do disco em vista. É mais homogéneo, a nosso ver. No entanto, é um disco que respira um pouco mais que o "Olhos de Mongol". Gostamos bastante de ambos. Cada um à sua maneira.
W - Como foi a trabalhar com os God is an Astronaut, tanto em palco como na remasterização do EP “Linda Martini”?
LM - Em relação à masterização, não se pode dizer propriamente que tenha havido uma colaboração com os God is an Astronaut. Só um deles masterizou o disco e foi um processo à distância. Quem tratou sempre de tudo, foi o nosso manager da altura.
Já falando dos concertos, foram bastante interessantes. Somos bandas que se apresentam em palco de uma forma totalmente diferente. Eles mais maquinais, nós mais de improviso. Foi bom estarmos em contacto directo com uma forma diferente de encarar a música, ainda que em termos sonoros, possa haver pontualmente alguma semelhença. São pessoas simpáticas e muito focadas naquilo que fazem. Estudam tudo ao detalhe. Nós, não nos conseguimos desligar da cena Punk.
W - Qual dos vossos concertos recordam o melhor até hoje?
LM - Tendo que escolher um, provavelmente o Paredes de Coura, em 2007. Não é todos os dias que se pode ver os Sonic Youth do palco e isso foi uma experiência muito boa. Mas mais do que isso, o palco do Paredes de Coura é lindíssimo e foi mágico ter o recinto praticamente cheio, a cantar as nossas músicas. Tivemos também a sorte de correr bem. Às vezes chegas a um palco que tanto ambicionas e as coisas acabam por correr menos bem. Não foi o caso.
W - Têm projectos para o futuro que queiram partilhar connosco?
LM - Para já, temos o novo Ep nas lojas (Intervalo - Optimus Discos) e também para download gratuito no site da Optimus. E entretanto, em Janeiro gravamos o sucessor de "Olhos de Mongol", que já tem nome provisório, mas que ainda não vamos revelar.
W - Alguma mensagem que queiram aproveitar para deixar aos nossos leitores, aos vossos seguidores, ou às promotoras nacionais, etc?
LM - Façam bandas, vão a concertos, comprem discos, "saquem" discos, apoiem as bandas de que gostam, não percam tempo a dizer mal das bandas de que não gostam (gastem-no à procura de outras que possam vir a gostar)...