Entrevista #12 - com Gabriel Wickbold


Gabriel Wickbold


As obras de Gabriel Wickbold caracteriza-se pelas fortes cores, uso tintas
e misturas arrojadas. Conheça um pouco melhor este jovem artistas, que já
conquistou um lugar junto aos melhores fotógrafos da actualidade.


Whisper - Como foi o início da experiência como fotógrafo e o processo de aprendizagem?
Gabriel Wickbold - Ainda estou no inicio! Em Fevereiro faz dois anos que montei meu estúdio de foto, nunca fiz nenhum curso nem trabalhei como assistente de nenhum fotógrafo, minha experiência com a fotografia sempre foi muito "na raça", acho que o que fez a diferença no meu trabalho foi essa liberdade, esse desprendimento, nunca quis um portfolio comportado, sempre quis causar impacto nas pessoas. Eu trabalhei com muitas linguagens, comecei escrevendo poesia, depois passei a compor musica, depois fui estudar canto, fiz faculdade de rádio e tv, quis ser apresentador, enfim foi um caminho natural mas que ao mesmo tempo foi extremamente responsável pela minha "bagagem", acho que o meu trabalho é uma síntese de tudo isso, erros e acertos como todo mundo tem na vida, mas o fundamental foi ter entrado de cabeça em tudo o que eu fiz.

W - Quais foram os principais obstáculo e metas atingidas?
GW - No começo as pessoas envolvidas no meio da fotografia achavam o meu portfolio muito agressivo e pouco comercial, sempre falavam "coloca umas imagens mais "publicitárias"" e eu sempre defendi com unhas e dentes a minha assinatura, o meu jeito de pensar as imagens. Hoje estou muito feliz pois as pessoas estão entendendo e me contratando pela minha assinatura.

W - É complicado para um fotógrafo singrar no mercado brasileiro?
GW - O mercado brasileiro é muito competitivo, os profissionais são muito bons, não tenho o mercado de publicidade como meu maior foco, quero fotografar tudo.

W - Quais são suas principais influências nesta área?
GW - Eu pesquiso constantemente, olho revistas do mundo inteiro, anoto o nome dos fotógrafos, adiciono os sites nos meus favoritos tenho mais de 500 fotógrafos que vejo constantemente, acho legal não ter um que seja muito influente, acho importante ver muitas coisas o tempo todo, isso faz um trabalho original, você tem sempre que ser o conversor, se não vira copia.

W - Considera o tratamento de imagem essencial ou dispensável no seu tipo de fotografia?
GW - Acho o tratamento de imagem essencial, a ferramenta e a tecnologia nunca podem ser dispensados, seria burrice minha falar mal das ferramentas que facilitam a vida dos profissionais, eu não tenho muita paciência no Photoshop, gosto muito de manipular cores brilho e contraste, mas não tenho técnica nem paciência para fazer sistema, minhas imagens são o que são nenhum elemento e colocado em pós produção.

W - A sua fotografia é caracterizada por um brilho bastante especial e particular. Qual o método que utiliza para criar esse ambiente?
GW - Eu não sei qual é o método, é a minha forma de fotografar, não tenho outra referência, não sei fazer de outro jeito.

W - Em grande parte das suas obras os modelos estão cobertos de tinta ou de outros materiais. Nunca existiu nenhum episódio de estúdio mais caricato devido do uso destes elementos?
GW - Minha mãe é artista plástica, sempre tive uma relação próxima com as tintas, sempre tinham telas cavaletes, e pincéis em casa, mais nunca tive paciência muito menos jeito para pintar, a fotografia veio como uma forma muito prática de conversão do meu olhar, da minha forma de pensar. Acho que desde criança via todas aquelas tintas na minha casa, e queria muito atirar tudo para todos os lados, fazer uma guerra de tinta!!! Nunca fui fã de estorias em quadrinhos ou desenho animado, mas meu trabalho tem muita influência dessas imagens, acho que durante minha viagem pelo interior do Brasil, adorava as igrejas e as referencias dos santos do interior de minas gerais. Como eu disse antes eu sou um cara muito impaciente uso o Photoshop e o tratamento somente para o necessário, demoro no máximo 20min em cada foto no Photoshop, o meu barato dentro do estúdio é fazer acontecer tudo no clique, a sensação de atirar a tinta/clicar/imagem tudo em uma fração de segundo, é um risco emocionante ainda mais quando você está correndo esse risco com uma celebridade!

W - Existem projectos para o futuro que queira partilhar connosco?
GW - O sexual color vai continuar sendo produzido no ano de 2010, para montagem da exposição no segundo semestre em NY , os portugueses que queiram participar, entrem em contato através de studio@gabrielwickbold.com.br


POSTED BY Joana Vieira
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