Entrevista #4 - com Blind Charge


Blind Charge
Porto
www.myspace.com/blindcharge




Conheça melhor os Blind Charge, banda do Porto que denomina
o seu estilo musical como uma descarga de pura adrenalina.

Whisper - Sabemos que os Blind Charge surgiram em 2002, há cerca de 7 anos. Como surgiu a ideia de formarem uma banda?
Blind Charge - No final de 2002, o vocalista e o guitarrista decidiram formar o projecto. Nos primeiros anos, demos muito poucos concertos, pois ainda estávamos a amadurecer. Mas ao longo do tempo fomos solidificando o projecto e encon trando os membros ideais para nos assumirmos como banda.

W - O vosso género musical foi definido desde o início ou houve uma evolução progressiva na vossa identidade musical?
BC - O género musical está constantemente a evoluir, temos uma base com a qual todos nos identificamos. Mas devido a todas as influências que cada um leva para a sala de ensaios, existe sempre uma mutação e um crescimento musical. Não temos barreiras a compor e, evoluímos constantemente na composição devido à nossa abertura a novas ideias e a novos processos.

W - Como caracterizam a vossa música e género?
BC - A nossa música é acima de tudo rock! Está lá o espírito todo, a atitude, etc. Mas consideramos que dentro do rock, temos algo original. Essa é a nossa visão. Mas não nos preocupamos muito com isso, fazemos sempre músicas sinceras! Mas torna-se engraçado ver os rótulos onde nos tentam encaixar... e às vezes são tantos que só demonstram a nossa originalidade ou ignorância por parte de quem os faz. Já chegamos a ter cerca de sete estilos diferentes na mesma review, mas é uma situação curiosa. Percebemos a importância de rótulos, como forma de catalogar as bandas de forma a ser mais fácil e organizado o acesso do público, mas acaba por ser engraçado veres alguém encaixar-te em estilos com os quais não te identificas ou que nunca pensaste que te pudessem associar.

W - Falem-nos um pouco sobre o vosso mais recente trabalho intitulado “Mr. Ocean” e o seu vídeo clip.
BC - “Mr. Ocean” foi um tema que decidimos gravar, pois mostra mais fielmente o que andamos a fazer. Queríamos ter um bom cartão de visita para mostrar a todos! Como tal, reunimo-nos com pessoas de confiança para todos os processos. Fizemos a pré-produção do tema com o Davide Lobão, que é uma pessoa que nos acompanha constantemente, quer na estrada, quer na sala de ensaio, quer no café… É alguém que nos conhece bem, em quem confiamos e, que sabe o que queremos e o que retirar melhor de nós. Para a gravação e mistura do tema, escolhemos o Daniel Carvalho, que é das pessoas que nos conhece há mais tempo e em quem confiamos muito! A masterização decidimos entregar ao Jens Bogren (que já trabalhou com nomes como Katatonia, Opeth e Paradise Lost). A ideia do vídeo surgiu naturalmente, a partir do momento em que conhecemos o trabalho do António Conceição. Considerámos que seria a pessoa indicada para o fazer. Gravámos o vídeo em dois dias, na Fábrica de Som. Uma sala de espectáculos que conhecemos bem e, onde nos sentimos lindamente. Depois a edição do vídeo foi partilhada entre o António Conceição e o Telmo Martins (nosso guitarrista). O resultado final está à vista e agrada-nos muito!

W - Quais as vossas influências musicais e como o podemos observar nas vossas musica?
BC - As nossas influências são muito variadas e diferem consoante os membros. Excluindo várias bandas nacionais, nomes como Deftones, The Beatles, Muse, Tool, Faith No More, Oasis, Radiohead são as nossas grandes referências. São muitas e demasiado diferentes para enumerar todas!

W - Sabemos que a banda teve a sua origem no Porto. Quais foram as principais “portas” que a cidade vos abriu e fechou?
BC - Sinceramente, sempre fomos muito bem acolhidos no Porto. Sempre tivemos muita gente a seguir-nos nos concertos, etc. Mas é uma cidade com muitos músicos, onde todos se conhecem. É como uma grande família.

W - Como lidam com performances ao vivo?
BC - No palco é o momento em que conseguimos expressar todos os sentimentos inerentes à nossa música, e onde podemos ser nós mesmos e libertar toda a energia, fazendo o que mais gostamos. Temos noção que será ao vivo que as pessoas podem conhecer bem os Blind Charge, pois existe sempre muita energia!

W - Existem projectos para um futuro?
BC - Claro, o objectivo é nunca parar, o futuro constrói-se com o presente e é nisso que estamos concentrados.

W - Alguma mensagem que queiram aproveitar para dizer aos nossos leitores, aos vossos seguidores, às promotoras nacionais, etc?
BC - Aos leitores da Whisper que continuem a apoiar a música nacional e o que de bom se faz por cá, visitem-nos na internet e brindem-nos com umas palavrinhas. Aos nossos seguidores um especial obrigado por fazerem parte deste sonho. As promotoras nacionais começam agora a surgir, mas a aposta em bandas portuguesas continua a ser feita sempre a medo. Existem bandas portuguesas com uma qualidade equiparável ao que se faz lá fora... Chemical Wire, Homem Mau, Roulote Rockers, Raiz Urbana, Linda Martini, If Lucy Fell, Plus Ultra, Mosh, Men Eater, Mad Dogs, Slow Motion Beer Walk, Solid, O Monstro…



POSTED BY Joana Vieira
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